terça-feira, 23 de agosto de 2016

Eu Quero Ser Um Vaso Novo


Rev. Hernandes Dias Lopes

O profeta Jeremias foi chamado a descer à casa do oleiro para receber uma mensagem de Deus para a nação de Judá (Jr 18.1-6). Ali ele viu o oleiro trabalhando sobre as rodas, moldando o barro e fazendo dele um vaso novo. O vaso havia se estragado nas mãos, mas em vez do oleiro jogar o vaso fora, fez dele um vaso novo. Esse episódio encerra algumas preciosas lições:

1. Deus não desiste de você, mesmo quando você falha em cumprir seu propósito (Jr 18.4). 

O oleiro não jogou no lixo o vaso que se lhe havia estragado nas mãos. Ele não o colocou num canto como algo imprestável. Ele não desistiu desse vaso, mas fez dele um vaso novo. Assim, também, Deus não desiste de você. Mesmo quando você se torna como um barro sem liga ou como um vaso estragado, Deus continua investindo em sua vida. Ele não abre mão de fazer de você um vaso novo. Deus não desiste de fazer um milagre em sua vida. Ele não abdica do direito que tem de fazer de você um vaso de honra, um vaso útil, preparado para toda boa obra. Mesmo quando você cai, fracassa e se desvia, Deus não considera você como sucata imprestável. Ele não olha você com desprezo. Como oleiro divino, ele investe em sua vida e transforma você, para que você cumpra os propósitos eternos que ele mesmo estabeleceu para sua vida.

2. Deus não faz apenas remendos em sua vida; ele faz de você um vaso novo (Jr 18.4).

O oleiro não remendou o vaso que se lhe havia estragado nas mãos. Ele não se contentou com meias medidas. Ele fez um vaso novo. A obra de Deus em você é completa. Ele faz de você uma nova criatura. Ele não quer apenas uma reforma externa, um verniz de aparência. Ele quer dar-lhe uma nova vida, uma nova mente, um novo coração, uma nova família, uma nova pátria. Deus tem para você uma vida nova, com novos gostos, novas preferências, novos alvos, novos sonhos, novos compromissos. A vida com Cristo é novidade de vida. É vida santa, é vida no altar, é vida cheia do Espírito, é vida abundante, maiúscula, superlativa, eterna. A obra de Cristo em você é um milagre extraordinário. Portanto, você deve despojar-se dos trapos da murmuração e revestir-se com as vestes de louvor. Você deve largar para trás o espírito angustiado e cobrir-se com roupagens de louvor e óleo de alegria.

3. Deus não faz de você um vaso segundo o seu querer, mas um vaso segundo o seu propósito soberano (Jr 18.4).

Deus fez do vaso que se lhe havia estragado nas mãos um vaso novo, segundo bem lhe pareceu. A obra de Deus em você não é conforme os ditames da sua vontade, mas conforme os propósitos soberanos do próprio oleiro divino. Deus tem o melhor para você. Os planos de Deus para a sua vida são mais elevados do que os seus próprios sonhos. O projeto de Deus para a sua vida são mais altaneiros que os seus próprios projetos. A vontade de Deus e não a sua deve prevalecer em sua vida. Ele é o oleiro, e você o barro. Não é o barro que manda no oleiro; é o oleiro que molda o barro. O oleiro tem o direito de fazer do barro o que lhe aprouver. O oleiro divino que molda você é o mesmo que espalhou as estrelas no firmamento e o mesmo que lançou os fundamentos da terra. O oleiro divino está empenhado em esculpir em você a beleza de Jesus. Seu projeto eterno é transformar você à imagem do Rei da glória. Ele lhe predestinou para você ser conforme à imagem do seu Filho. Deus jamais desistirá desse projeto. Seus planos não podem ser frustrados. Se preciso for, ele vai quebrar o vaso e fazê-lo de novo. Mas, jamais vai desistir de fazer de você, um vaso de honra.



Uma Fera Indomável

Rev. Hernandes Dias Lopes
“Porque todos tropeçamos em muitas coisas. Se alguém não tropeça no falar é perfeito varão, capaz de refrear também todo o corpo” (Tg 3.2).
Benjamim Franklin disse que a fera mais perigosa do mundo tem sua toca escondida atrás dos dentes. A língua é fogo. É mundo de iniquidade. Coloca em ruínas toda a carreira humana. Tem o poder de dirigir, pois é como o freio de um cavalo e como o leme de um navio. Se bem utilizada pode conduzir-nos em segurança, mas se usada com insensatez pode levar-nos à destruição. A língua tem o poder de destruir. É como fogo e como veneno letal. Um pequena chama incendeia uma floresta. Uma pequena dose de veneno tem um terrível poder letal. A língua tem o poder de deleitar. É como uma fonte e como uma árvore frutífera. Deve trazer refrigério para os cansados e alimentar os famintos.
Tiago faz três afirmações sobre a língua, que vamos aqui destacar:
Em primeiro lugar, a língua é destruidora (Tg 3.1-6). A língua é um pequeno órgão do corpo que pode destruir toda a carreira humana. Pode levar o homem ao inferno e ela mesma ser destruída nesse lugar de chamas eternas. Quantos relacionamentos estremecidos por causa da maledicência! Quantas guerras sangrentas foram provocadas por palavras insensatas! A língua é mundo de iniquidade. Está cheia de peçonha. É uma espada que fere, um fogo que destrói, um veneno que mata. Mais pessoas têm sido destruídas pelo poder da língua do que por qualquer outra arma. Acautele-se acerca de sua língua. Põe guarda na sua boca e vigie a porta de seus lábios, pois as palavras proferidas são como setas que uma vez lançadas não voltam mais. São como um saco de penas jogadas ao ar do alto de uma montanha. É impossível recolhê-las todas.
Em segundo lugar, a língua é indomável (Tg 3.7,8). O homem com a sua inteligência tem domado os animais do campo, as aves do céu e os peixes do mar. Porém, o homem não consegue domar sua própria língua. Em vez de usá-la com sabedoria, muitas vezes, usa-a para ferir pessoas. Em vez de abençoar o próximo, açoita-o com o látego das críticas mais desumanas. O apóstolo Paulo diz que devemos falar sempre a verdade. Só proferir o que é oportuno. E só falar aquilo que vai transmitir graça aos que ouvem. O pensador grego Platão dizia que devemos passar o que ouvimos por três peneiras: A primeira peneira: É verdade o que você está me dizendo> Você já falou para a pessoa envolvida> O fato de você me contar esse caso, vai ajudar em sua solução> Caso o depoente não pudesse passar seus comentários pelo crivo dessas três peneiras, Platão lhe dizia: “Eu não quero ouvir o que você tem para me falar”.
Em terceiro lugar, a língua é incoerente (Tg 3.9-12). Tiago diz que a língua é incoerente, pois da mesma língua sai louvores a Deus e críticas ferinas ao próximo, que foi criado à imagem de Deus. A mesma língua que canta louvores a Deus também fala blasfêmias contra Deus e lança maldição sobre o próximo. Tiago argumenta que, assim como uma fonte de água doce não produz água salobra, assim, também, da nossa língua não é conveniente que saia bênção e maldição. Assim como uma figueira não produz azeitonas nem videira figos, assim também da nossa boca não deveria sair palavras tão incoerentes. Assim como uma fonte de água salgada não pode dar água doce, assim, também, uma língua cheia de veneno não pode produzir o que produz vida. Oh, quão corrupto é o nosso coração! A língua é incoerente, porque ela revela o coração. A boca fala daquilo que está cheio o coração.
Só nos cabe rogar a Deus misericórdia e refrearmos nossa língua, pois, Tiago diz que se alguém supõe ser religioso, deixando de refrear a língua, antes, enganando o próprio coração, a sua religião é vã.