domingo, 17 de julho de 2016

Creio, logo existo!!( A relação entre fé e razão)











“A minha palavra e a minha pregação não consistiram em linguagem persuasiva de sabedoria, mas em demonstração do Espírito e de poder, para que a vossa fé não se apoiasse em sabedoria humana, e sim no poder de Deus.” 1Co2.4,5








Racionalismo
Corrente filosófica que teve inicio no século 16 com René Descartes, fundador da filosofia moderna. Segundo essa corrente a razão humana é a medida de todas as coisas, a razão como critério e fundamento da verdade. Segundo os racionalistas o homem pode começar consigo mesmo e sua razão mais o que ele observa, sem nenhuma informação de nenhuma outra fonte, e chegar a respostas finais com relação à verdade, ética e realidade. Segundo eles não se pode crer racionalmente em nada que não pode ser compreendido. Alguns racionalistas de hoje consideram a fé cristã com ultrapassada, desnecessária e irracional. É crer no absurdo, impossível e improvável. Neste ponto alguns cristãos também concordam com os racionalistas, a fé cristã é algo irracional. Nisso eu discordo de ambos.
A necessidade da razão
A fé cristã é racional e não racionalista. A fé cristã tem como pressuposto a revelação de Deus(As Escrituras) e não a razão, entretanto, segundo C.Hodge:
“ A razão é necessariamente pressuposta a toda revelação. Revelação é a comunicação da verdade à mente. Mas a comunicação da verdade pressupõe a capacidade de recebê-la. Não se pode fazer revelações a brutos ou idiotas. As verdades, para serem recebidas como objetos de fé têm de ser intelectualmente apreendidas.”
A diferença entre conhecer e compreender
Uma criança sabe o que significa as palavras "Deus é espírito ". Nenhum ser criado pode compreender perfeitamente o Onipotente. Devemos conhecer o plano de salvação, mas ninguém pode compreender os seu mistérios... Os homens conhecem indescritivelmente mais do que entendem. Sabemos que Jesus Cristo é Deus e homem em duas naturezas distintas e uma só pessoa para sempre, sabemos mas não compreendemos. Sabemos que Deus é um só em três pessoas (trindade), mas não compreendemos. Sabemos que Deus é soberano e ao mesmo tempo o homem é responsável pelos seus atos. Sabemos mas não compreendemos. Não
compreendemos o infinito, o onipresente, o onisciente. Cremos porque conhecemos mesmo sem compreender. Cremos no imcompreensível, e não no impossível.
Não é necessário compreender para crer
A fé cristã é racional porque precisamos conhecer algo para crer. Quando recebemos uma verdade esta deve comunicar algum significado à nossa mente.
Porém, não é necessário ao exercício racional da fé que entendamos a verdade para nela crer. O assentimento à verdade se fundamenta na evidência. Essa evidência pode ser externa ou intríseca.
"A outra ideia de fé [isto é a fé racional]...é que lhe pediram para acreditar em algo e se curvar diante de algo, com base em razões boas e adequadas"F.Schaeffer
Cremos em algumas coisas com base no testemunho de nossos sentidos, cremos em outras com base nos testemunho dos homens. Por que, pois, não poderíamos crer com base no testemunho de Deus?
“Quem compreende a Trindade Onipotente? E quem não fala dela ainda que não compreenda? É rara a pessoa que ao falar da Trindade saiba o que diz.” Agostinho 

Post baseado em Teologia Sistemática de C.Hodge

Os Fatos Sobre Espíritos-Guias

Os Fatos Sobre Espíritos-Guias

John Ankerberg e John Weldon

Vamos analisar e um assunto da máxima importância, que é a crescente popularidade de um fenômeno que pode ser chamado de possessão espiritual voluntária ou "canalização". Os canalizadores afirmam que um espírito entra realmente em seus corpos e "guia" ou transmite mensagens através deles. A questão-chave é esta: quem ou o que são exatamente esses espíritos-guias?
Muitas idéias, algumas até bem estranhas, têm sido consideradas. Serão eles alucinações dos mentalmente instáveis, como dizem os médicos? Fazem parte da mente inconsciente que todos temos, de acordo com alguns psicólogos? Ou são criaturas do futuro, ou ainda, procedentes de civilizações espaciais distantes, como tem sido afirmado por certos cientistas? Serão reflexos de um aspecto divino do homem – um Eu "maior" que está agora surgindo como parte de um salto grandioso na evolução espiritual da humanidade, segundo alguns líderes religiosos? Serão seres espirituais genuínos, tais como "anjos", ou mortos, ou os "deuses" e espíritos da natureza de várias tradições religiosas, como dizem os canalizadores?
Ou serão uma categoria inteiramente diferente de "seres" – os demônios mencionados na Bíblia?
O ponto de vista bíblico raramente é examinado pelos estudiosos dos fenômenos psíquicos. O parapsicólogo (pessoa que estuda "cientificamente" o mundo oculto) Alan Gauld se recusa sequer a discutir a teoria dos demônios, porque diz que ela é "agora tão raramente proposta que não irei considerá-la de forma alguma".1 É de se esperar que os envolvidos no estudo da canalização tenham um preconceito natural contra a crença na teoria dos demônios, porque isso os implicaria num ponto de vista desdenhado pelos seus companheiros.
Não obstante, se alguém procura uma teoria para explicar todos os fatos, a teoria dos demônios não pode ser ignorada, quer lhe seja ou não pessoalmente atrativa. Até William James, um dos grandes pioneiros da psicologia ocidental, declarou certa vez durante suas investigações da canalização (então chamada de "mediunidade"):
A recusa do "iluminismo" moderno em tratar a "possessão" como uma hipótese a ser considerada pelo menos plausível, apesar de ter a seu favor uma vasta tradição baseada em experiências humanas concretas, sempre me pareceu um exemplo curioso da força dos modismos nas coisas "científicas". Que a teoria dos demônios (i. e., espíritos malignos) irá novamente predominar é para mim absolutamente certo. A pessoa precisa ser mesmo "científica", para ser tão cega e ignorante a ponto de não suspeitar de tal possibilidade.
Assim sendo, se houver a mínima possibilidade desses espíritos serem demônios, o leitor deve ficar de sobreaviso. Se for provável que o sejam, a questão do envolvimento com eles é evidente. Convidamos o leitor a examinar as evidências lógicas que tem levado muitos outros, além de nós, a concluir que os espíritos da canalização não são quem afirmam ser.

Por que uma prática do ocultismo da antigüidade é tão excitante e atraente para os homens modernos do século vinte, inclusive os céticos?

As pessoas têm hoje uma grande necessidade de encontrar um significado para a vida. Elas descobriram, muitas vezes de modo doloroso, que ele não pode ser achado numa visão exclusivamente material da realidade. Até mesmo os céticos desejam saber as respostas para perguntas como: "Quem sou?", "Por que estou aqui?" e "O que acontece quando a pessoa morre?". Quer admitam ou não, a idéia da vida não passar de alguns anos de sofrimento e prazer, substituídos pela não-existência eterna, aterroriza a muitos. Os homens sabem que são mais do que o produto final da combinação casual de átomos de hidrogênio. Eles estão claramente procurando respostas.
As pessoas têm hoje uma grande necessidade de encontrar um significado para a vida. Elas descobriram, muitas vezes de modo doloroso, que ele não pode ser achado numa visão exclusivamente material da realidade.
O homem moderno vê a canalização como uma prova das respostas mais profundas para a vida. A canalização parece responder às indagações sobre a natureza da realidade (é espiritual?), a natureza da morte (é o fim?), a natureza do potencial humano (é ilimitado?), e a natureza do "eu" (é divino?). Desse modo, a canalização é poderosamente persuasiva, alegando ter acesso ao próprio mundo dos espíritos, o qual pode suprir as respostas. Os espíritos estão dando informações que enganam os homens, fazendo-os pensar que estão em contato com pessoas que viveram na terra, morreram e agora vivem felizes na vida do além. Os espíritos afirmam que através da morte eles encontraram as respostas para a vida e o conhecimento de que todos os homens viverão para sempre. Os espíritos alegam falar com autoridade sobre a natureza de Deus, o propósito da vida e o que acontece por ocasião da morte. Eles afirmam não haver inferno e que Deus e o céu não são como a Bíblia diz.
A canalização oferece, portanto, uma resposta falsa para a necessidade de experiências religiosas do homem moderno. Ele é enganosamente levado a pensar que tal contato com os espíritos dá sentido à sua vida e ameniza o seu medo da morte.
Pense por um momento no que se passa na mente de uma pessoa que tem uma experiência espírita impressionante. É como um cego que repentinamente recupera a visão. No mesmo instante, tudo muda à medida que ela vê um novo mundo de grandes maravilhas esperando para ser explorado. Da mesma forma, aqueles que encontram o que acreditam ser espíritos verdadeiros dos mortos pensam que a morte não é mais o fim, o momento de perda absoluta, mas simplesmente o começo de uma existência nova e jubilosa, cheia de possibilidades ilimitadas. As pessoas são enganadas para pensar que não há um inferno com o qual preocupar-se, mas só o potencial do aperfeiçoamento infinito. Os espíritos fazem mais que persuadir; eles exercem grande poder sobre a mente e o coração dos homens. Esse é o encanto da canalização.

O que a Bíblia diz sobre a canalização?

A primeira incidência histórica da canalização foi registrada na Bíblia em Gênesis capítulo 3. Lá no Jardim do Éden, o diabo usou a serpente como um "canal" para enganar Eva (Gn 3.1-5; 2 Co 11.3; Ap 12.9). Através da canalização, o diabo levou o homem a duvidar de Deus, com graves conseqüências. Significativamente, há razões importantes para crer que a realidade básica da canalização sugerida aqui jamais se alterou no que se refere: (1) à origem (o diabo ou demônios); (2) ao seu resultado (ilusão espiritual que destrói a confiança em Deus); e (3) às suas conseqüências (juízo divino; Gn 3.13-19; Dt 18-9-13). A canalização é, pois, condenada pela Bíblia como uma prática maligna diante de Deus. Ela é rejeitada por ser uma forma de espiritismo que envolve contato com demônios e a divulgação dos seus falsos ensinamentos.
A Bíblia ensina igualmente que "nos últimos tempos, alguns apostatarão da fé, por obedecerem a espíritos enganadores e a ensinos de demônios" (1 Tm 4.1). Os ensinamentos espíritas deturpam a natureza de Deus, mentem sobre Cristo e distorcem o caminho da salvação. Os que confiam nas doutrinas espíritas enfrentam o juízo da morte. Sob a autoridade do próprio Cristo, descobrimos que o inferno é um lugar real (Mt 25.46; Lc 16.19-31). Os demônios que asseguram aos homens que o pecado não é real e o inferno não existe, promovem a ruína eterna dos que confiam neles.
A Bíblia instrui os homens a rejeitarem toda sorte de espiritismo por ser algo maligno e um contato com espíritos mentirosos. A canalização é uma forma de guerra espiritual, pondo em risco as almas dos homens (2 Co 4.4). Essa é a razão pela qual tanto a canalização quanto seguir os ensinos dos canalizadores é condenado nas Escrituras como rebelião contra Deus e se expor ao juízo divino. Um exemplo disso é o rei Manassés de Judá no antigo Israel. "Ele praticou a feitiçaria, usou a adivinhação, praticou a magia e tratou com médiuns e espíritas, fazendo o que era mau perante o Senhor, provocando-Lhe a ira" (2 Cr 33.2-6, tradução livre). Da mesma forma, em Deuteronômio 18.9-12, Deus adverte o Seu povo: "Não se achará entre vocês quem faça adivinhações, pratique a feitiçaria, que seja espírita, ou invoque os mortos; pois, todo aquele que faz essas coisas é abominável ao Senhor..." (tradução livre). A frase "que seja espírita" condena claramente todos os aspectos da canalização. 

Quem São os Espíritos?

Quem São os Espíritos?

M. Martins

Allan Kardec, o codificador do espiritismo moderno, viu-se obrigado a reconhecer um grande problema para sua doutrina: "A identidade constitui uma das grandes dificuldades do espiritismo prático, sendo muitas vezes impossível verificá-la, sobretudo quando se trata de Espíritos superiores antigos em relação à nossa época" ("O que É o Espiritismo", 36ª edição, FEB, p. 183); "A questão da identidade dos espíritos é uma das mais controvertidas, mesmo entre os adeptos do espiritismo; é que, com efeito, os espíritos não nos trazem nenhum documento de identificação e sabe-se com que facilidade alguns dentre eles assumem nomes de empréstimo" ("O Livro dos Médiuns", 2ª edição, OPUS Editora Ltda, p. 461). Outra dificuldade encontrada pelo Kardecismo está na possibilidade de embuste dos espíritos que se manifestam através dos médiuns. Ele disse: "Os médiuns de mais mérito não estão ao abrigo das mistificações dos Espíritos embusteiros; primeiro, porque não há ainda, entre nós, pessoa assaz perfeita, para não ter algum lado fraco, pelo qual dê acesso aos maus espíritos..." ("O que É o Espiritismo", p. 183). Afinal de contas, quem são os espíritos que se manifestam nas sessões mediúnicas? Podemos confiar neles? Serão eles espíritos de pessoas mortas?
Os Mortos não Podem se Comunicar com os Vivos: Segundo a Bíblia, os mortos não mais possuem conhecimento das coisas desta vida e, portanto, não se manifestam aos vivos, aguardando a hora da ressurreição para o juízo: "Tal como a nuvem se desfaz e passa, aquele que desce à sepultura jamais tornará a subir" (Jó 7.9); "Não confieis em príncipes, nem nos filhos dos homens, em quem não há salvação. Sai-lhes o espírito, e eles tornam ao pó; nesse mesmo dia, perecem todos os seus desígnios" (Salmo 146.3-4); "Porque os vivos sabem que hão de morrer, mas os mortos não sabem coisa nenhuma, nem tampouco terão eles recompensa, porque a sua memória jaz no esquecimento. (...) Tudo quanto te vier à mão para fazer, faze-o conforme as tuas forças, porque no além, para onde tu vais, não há obra, nem projetos, nem conhecimento, nem sabedoria alguma" (Eclesiastes 9.5 e 10); "A sepultura não te pode louvar, nem a morte glorificar-te; não esperam em tua fidelidade os que descem à cova. Os vivos, somente os vivos, esses te louvam como hoje eu o faço..." (Isaías 38.18-19) (veja também Salmo 115.17; Salmo 88.10-13; etc).
Na parábola do rico e de Lázaro (Lucas 16.19-31), Jesus Cristo demonstra essa verdade ao narrar a resposta do patriarca Abraão ao rico que, morto, do Hades, pediu que enviasse Lázaro aos seus irmãos para lhes informar sobre a realidade vindoura aos que recusam a salvação bíblica:"Respondeu Abraão: Eles têm Moisés e os Profetas; ouçam-nos". A expressão "Moisés e os Profetas" representa a Bíblia, a única revelação dada por Deus aos homens; e é ela que nos mostra que Ele proíbe a necromancia ou mediunidade: "Quando alguém se virar para os necromantes e feiticeiros, para se prostituir com eles, eu me voltarei contra ele e o eliminarei do meio do seu povo" (Levítico 20.6); "O homem ou mulher que sejam necromantes ou sejam feiticeiros serão mortos..." (Levítico 20.27). "Não vos voltareis para os necromantes, nem para os adivinhos; não os procureis para serdes contaminados por eles. Eu sou o Senhor, vosso Deus" (Levítico 19.31); "Não se achará entre ti quem ...consulte os mortos; pois todo aquele que faz tal coisa é abominação ao Senhor... porém a ti o Senhor, teu Deus, não permitiu tal coisa" (Deuteronômio 18.10-14). "Assim, morreu Saul por causa da sua transgressão cometida contra o Senhor, por causa da palavra do Senhor, que ele não guardara; e também porque interrogara e consultara uma necromante" (1 Crônicas 10.13).
Então, quem são os espíritos que se manifestam através dos médiuns? A Bíblia nos ensina que todos eles são espíritos enganadores, enviados por Satanás para enganar aos que não desejam receber o Evangelho da salvação: "Sede sóbrios e vigilantes. O diabo, vosso adversário, anda em derredor, como leão que ruge procurando alguém para devorar" (1 Pedro 5.8). Segundo as Escrituras, Satanás, no seu afã de enganar, se apresenta sempre como um espírito bom: "E não é de admirar, porque o próprio Satanás se transforma em anjo de luz" (2 Coríntios 11.14). Jesus disse dele: "Ele foi homicida desde o princípio e jamais se firmou na verdade, porque nele não há verdade. Quando ele profere mentira, fala do que lhe é próprio, porque é mentiroso e pai da mentira" (João 8.44). O apóstolo Paulo, que recebeu o Evangelho não de homens (vivos ou mortos), mas diretamente por revelação de Jesus Cristo (Gálatas 1.11-12), faz a seguinte advertência: "Mas receio que, assim como a serpente enganou Eva com a sua astúcia, assim também seja corrompida a vossa mente e se aparte da simplicidade e pureza devidas a Cristo. Se, na verdade, vindo alguém, prega outro Jesus que não temos pregado, ou se aceitais espírito diferente que não tendes recebido, ou evangelho diferente que não tendes abraçado, a esse, de boa mente, o tolerais" (2 Coríntios 11.3-4); "Ora, o Espírito afirma expressamente que, nos últimos tempos, alguns apostatarão da fé, por obedecerem a espíritos enganadores e a ensinos de demônios, pela hipocrisia dos que falam mentiras e que têm cauterizada a própria consciência" (1 Timóteo 4.1-2).
O que você deve fazer? Meu amigo, tudo o que se disse aqui é sério, verdadeiro e deve ser levado em conta, para que você também não seja enganado pela serpente, que é Satanás (Apocalipse 12.9). Há somente uma vida e uma única oportunidade para escolher. Fica aqui o convite de Deus para você: "Buscai o SENHOR enquanto se pode achar, invocai-o enquanto está perto" (Isaías 55.6).Entregue hoje mesmo sua vida a Cristo, pois somente Ele pode dar a vida eterna. Lembre-se: "Há caminho que ao homem parece direito, mas ao cabo dá em caminhos de morte" (Provérbios 14.12). Só Jesus é o caminho, só nEle podemos confiar plenamente. 
(M. Martins -http://www.chamada.com.br).

É pecado o cristão ouvir música secular, ou seja, não-evangélica?

 Pastor Denis de Oliveira

O meio evangélico é cercado de "ísmos" do pensamento religioso. Um monte de crenças, superstições, achismos, recheados de dúvidas, perturbam a mente de quem se converte e abraça a nova fé, ou seja, se torna evangélico. Quase nunca há certeza, fundamento bíblico, e a sujeição a estas doutrinas é mais movida pelo medo do que propriamente uma suposta "libertação" ou "toque" divino. Recebo por dia muitos emails e mensagens pessoais pelo facebook, de irmãos me perguntando sobre o que é pecado, em diversas áreas da vida. Dúvidas que são frutos de pregações que elas ouviram em igrejas ou reuniões de oração que visitaram. Só pelo fato de existirem as milhares de perguntas que orbitam na mente de grande parte do povo evangélico, temos uma noção de como o medo é o principal motivo da submissão.
Duvida que o medo circule na mente da maioria na congregação sobre as proibições? Faça uma reunião em sua igreja, aborde o assunto pecado, e veja o enorme leque de questões que serão abordadas pela maioria dos irmãos, que farão, no mínimo, de 3 a 5 perguntas cada um. E mesmo nos esforçando para responder cada questão, a maioria ainda sai coçando a cabeça. Se houve uma "libertação" do "mundanismo", ou um "toque do Senhor" na pessoa, porque há tantas dúvidas?! Alguns líderes até evitam reuniões deste tipo, para evitar "polêmicas", pois sabem que ficarão constrangidos com perguntas que não tem respostas.
Dar liberdade ao povo para questionar sobre os dogmas (usos e costumes) quase sempre o pastor fica numa tremenda "saia justa" ao ser sabatinado por membros que estão cheios de perguntas bem formuladas, com lógica. Então vê-se que o fator não é "libertação" ou "o Senhor me tocou para agir assim", mas uma nítida imposição. Prova disso é quando a denominação libera uma proibição antiga, e, aos poucos, sem anunciar publicamente, uma "doutrina" caduca. O assunto corre apenas em "boca miúda". Nos últimos 10 anos a maioria das igrejas mais rigorosas já abriram mão de uma lista de proibições. Simplesmente não é mais pecado, e acabou.
"O conselho do Senhor permanece para sempre"(Salmos 33:11)
Isto se dá pelo fato de inúmeros pregadores pentecostais esbravejarem em alguns púlpitos ditando regras para ser um crente "santo". E a confusão na mente das pessoas surge porque o preletor foi, ao que tudo indica, "usado por Deus", numa manifestação típica do chamado "reteté", como muitos gostam, e com isso acreditam ser o sinal evidente de que o Senhor assinou embaixo de tudo o que foi pregado.
Todavia, o fato do pregador, pastor, missionário ou irmã que é um "vaso de fogo", suar a camisa, sapatear, gritar, ter visões, não é um referencial de que absolutamente "tudo" que ela disser tenha aprovação divina. O ser humano é falho, e isso é levado em conta quando em sua mensagem (mesmo que ela tenha a melhor das intenções de santificação) ela ensinar uma coisa que não passa de um achismo, algo que ela aprendeu, e passa adiante, como regra de salvação.
"Mas ainda que nós mesmos ou um anjo do céu vos pregasse outro evangelho além do que já vos pregamos, seja anátema"(Gálatas 1:8)
Paulo adverte que, ainda que ELE MESMO ou até mesmo um anjo do céu pregar outro evangelho, que seja anátema - expulso do vosso meio. Ou seja, Paulo não atribui nem a ele uma obediência cega, sem base no Evangelho de Cristo. Por isso, é responsabilidade do cristão obediente,ler e estudar as Escrituras com afinco, afinal, ele vai estar obedecendo ao Senhor Jesus, que ordenou em João 5:39"Examinai as Escrituras". Bom lembrar dos crentes bereanos, de Atos 17:11, em que tudo que Paulo e Silas pregavam, eles conferiam com as Escrituras, e assim aceitavam. E a bíblia diz que eles foram mais nobres que os de Tessalônica, porque receberam a palavra.
"Ora, estes foram mais nobres do que os que estavam em Tessalônica, porque de bom grado receberam a palavra, examinando cada dia nas Escrituras se estas coisas eram assim"(Atos 17:11)

A nível de ilustração, como um mero exemplo, supomos que as doutrinas da "Igreja do Fogo que Sobe" seja totalmente diferente das doutrinas da "Igreja do Fogo que Desce". Em uma, usar camisa roxa, pintar a unha, usar um cordão, coçar a cabeça com a mão esquerda, são pecados terríveis que você está cometendo e não sabia! Na outra, eles já não proíbem nada disso, mas ir à praia, jogar bola, usar uma camiseta ou bermuda (mesmo em casa), usar óculos escuros, usar perfume, são transgressões quase que imperdoáveis, com direito a punições rigorosas, como suspensão, exclusão, e pedir perdão ao ministério de joelhos se quiser estar de novo no rol de membros.
Em algumas igrejas a proibição é implantada de forma sutil, e não é cobrada do púlpito. Porém, no convívio interno entre os irmãos, o tratamento é diferente com aqueles que ainda não se adequaram aos dogmas. Se é sabido, por exemplo, que um determinado irmão ouve música não-evangélica, mesmo que esporadicamente, ele é descartado de oportunidades no microfone, olhado com canto de olho, e ouve um monte de indiretas sobre músicas, até ele confessar que parou de ouvir as "músicas do mundo". Ou seja, por "livre e espontânea pressão" ele para de ouvir as músicas seculares no intuito de não ser desprezado do círculo social religioso, e não porque foi "liberto" ou o "Senhor o tocou" para ele não ouvir mais.
No íntimo ele ainda sente vontade de ouvir no youtube ou no rádio alguma música que marcou sua adolescência, juventude, mesmo que por alguns poucos minutos. Daí lhe restam 2 opções: Ou ele ouve em casa, sem nenhum irmão da igreja por perto, ou pára tudo de vez, seguindo à risca as normas da casa. O grande problema surge quando ele começa a sentir ódio no coração ao ver alguém ouvindo, esculachando os outros, pelo fato dele não poder ouvir. Sua retórica é inflamada de condenações, em tom rancoroso, transpirando sentenças para quem não concorda com ele. E infelizmente isso é o que mais acontece.
E o mais impressionante é que, em ambas igrejas acima citadas como exemplo, você pode cometer os pecados que a bíblia mais condena. Fofocas, mentiras, desonestidades, uso de má fé, traições, falsidades, nunca são levados à sério por muitas destas lideranças, e os membros que fazem tudo isso jamais são disciplinados. Pode até haver, dependendo da gravidade do problema, alguma reunião de membros, exortações, mas a maioria faz mesmo "vista grossa" para pecados desta natureza. É a religiosidade falando mais alto do que uma sincera busca por uma vida de santidade. "Coam um mosquito e engolem um camelo". (Mateus 23:24) 
"Se alguém cuida ser religioso e não refreia a sua língua, engana o seu coração, a sua religião é vã"(Tiago 1:26)
Não são todas as igrejas que beiram o escândalo ao Evangelho, mas se você é um cristão mais vivido, mais maduro, sabe que na realidade há obreiros que "puxam o tapete" de outros obreiros, ciúmes de púlpitos, invejas a cargos ministeriais, alguns armam verdadeiras "ciladas" contra outros colegas de ministério, bajulação ao líder com fins de crescimento nos cargos eclesiásticos, etc. Estes e outros pecados até piores são cometidos por pessoas que acham errado você jogar uma bola com seu filho no quintal de casa, ou ouvir uma música que não seja da categoria gospel. Ou seja, pune-se mais por quebra de estatuto interno do que por desobediência à Palavra de Deus.
Existem músicas seculares que eu não escuto. Percebo que não tem nada de bom. Paulo diz: "Examinai TUDO, retende o que é bom". (1º Tessalonicenses 5:21). O problema de alguns evangélicos é porque ou ele é insípido, ou é 'salgado' demais. Ou é 8, ou é 80. Ou a igreja é saia lá no pé, ou, se não tiver "doutrinas", para ele é a igreja onde "todo mundo anda pelado". Explode em ira descontrolada esculachando todas as outras igrejas, e que somente a dele é a santificada. Quando nos equilibramos na dosagem de cada coisa, nos mantemos em santificação, sem fazer palhaçada, e o mundo nos taxar de alienados da cultura brasileira. Em nosso convívio social devemos explanar opiniões com personalidade própria, e não baseados no que alguém pregou.
Algumas músicas são agradáveis, assim como um bom churrasco, um bom doce, um lindo bolo na confeitaria, ou um delicioso sorvete num dia de calor. Sendo que estas coisas não me atrapalham da minha comunhão com Deus. É pecado comer doce? É pecado comer um bolo ou churrasco?! Óbvio que não. Muitos irmãos até brincam, comparando o churrasco a "entrar na carne", em momentos de descontração, mas o assunto, em si, é mais sério do que muitos imaginam. A glutonaria é um pecado! Está na bíblia. Mas comer um churrasco de vez em quando não chega a tanto. Então vejamos: Comidas e guloseimas são do agrado da carne (no paladar), mas a igreja não proíbe, mesmo sabendo que alguns exageram. Porque a música secular, quando é bonita, e agrada também à carne (aos meus ouvidos) é proibida?!
A falta de ensino, não somente bíblico, mas também de se ter um caráter de cristão, leva muitos religiosos a levarem uma vida dupla. O contrassenso na vida de muitos irmãos que pregam uma coisa e vivem outra é quase que constante. Muitos evangélicos, não somente entoam corinhos na igreja, como também nos aconselham que devemos"entregar nossos problemas nas mãos do Senhor", pois ele cuida de nós, e é a nossa justiça. É um conselho muito bom. Porém, na prática, muitos dos que repetem este ensinamento não vivem nada disso. Em todo o tempo não param de falar, apontam, julgam, condenam. Em alguns casos, quando se trata de problemas eclesiásticos, movem processos contra cantores, igrejas, pastores, outros irmãos, etc. Dentro de casa fazem um verdadeiro inferno na vida de filhos, parentes, ou quem conviva próximo.
Há pessoas que não ouvem músicas "do mundo", mas adoram ouvir fofocas. São pessoas que enxergam pecado na vida de todas as outras pessoas, menos na delas. Veem pecado no pastor, no obreiro, nos jovens, nas irmãs, nos músicos, etc. Sabem da vida de vizinhos, colegas de trabalho, e como estão ocupados demais vigiando a vida alheia, não enxergam seus lares sendo destruídos. Não intercederem pelo próximo, muito pelo contrário, querem falar, e saber de mais fuxicos. Ao invés de tristeza e incentivo para a intercessão, há um certo prazer em saber que "fulano caiu". Espalham com rapidez tudo o que souberem de sua vida. Agora me responda: Quem estará em mais santificação? Um cristão sincero, que busca a Deus, e que, sem vícios e exageros, uma vez ou outra ouve uma música secular, ou aquele irmão que diz detestar "música mundana", e na primeira oportunidade ele te apunhala pelas costas?!
"Quem dentre vós é sábio e entendido? Mostre pelo seu bom trato as suas obras em mansidão de sabedoria. Mas, se tendes amarga inveja, e sentimento faccioso em vosso coração, não vos glorieis, nem mintais contra a verdade. Essa não é a sabedoria que vem do alto, mas é terrena, animal e diabólica"(Tiago 3:13-15)
E toda esta confusão é multiplicada por 100 se seus desafetos não estiverem dentro das 'doutrinas' que ele acha ser correto para o cristão. Com o tempo, os filhos vão crescendo, se tornando adolescentes, e como praticamente tudo é proibido, acabam por fugir de casa, se desviam da fé, e tomam verdadeiro repúdio pela igreja. E mesmo diante deste mar de confusões e intrigas que ele cria na família, segundo ele, se você ouvir músicas que não sejam evangélicas, você é um "crente mundano", e precisa ser liberto "das coisas deste mundo".
Em muitos crentes legalistas há uma enorme incoerência entre o discurso e a conduta. Ao vê-los pregar, nos parecem pessoas acima de qualquer suspeita, uma bênção nas mãos de Deus. Ao acompanhar de perto descobrimos que muitos deles não tem apenas meras falhas, mas falta de caráter, principalmente de caráter cristão. Ele não vive nada do que prega aos berros no microfone da igreja. É o conhecido "faça o que eu digo, não faça o que eu faço". Para o cristão isso jamais pode existir, pois além de sermos novas criaturas, somos imitadores de Cristo. Não podemos apenas mudar a coleção de cd's e repertório musical, e ter um comportamento mundano em várias outras áreas de nossa vida.
Todavia não podemos generalizar. Não são todos que agem desta forma. Tenho amigos pastores e obreiros, que mesmo sendo defensores das doutrinas de suas igrejas, são pessoas sensatas, honestas, que respeitam as outras denominações, e até eles mesmo admitem que se deve ter uma certa moderação em querer "doutrinar" e julgar os outros. Isso porque já pesquisaram, e sabem da história de suas igrejas, das doutrinas antigas, ensinadas rigorosamente por mais de 30 anos, e que hoje não vigoram mais.
E não é porque a "igreja esfriou" ou porque é o "fim dos tempos". Beber refrigerantes, usar shampoo, usar sandálias, andar de moto, comer pipoca, usar calça jeans, usar camisa de manga curta, não está associada ao fim da santidade na igreja, pois nem eles pregam mais nenhuma destas proibições. Porém nossos avós seguiram à risca, e ficaram sujeitos a disciplina, caso não obedecessem. Em algumas denominações, nos anos 1930, se o homem andasse sem o chapéu, era excluído de comunhão. Onde foram parar estas “doutrinas”? Não eram de Deus? E se eram, porque acabaram?? Se não eram de Deus, porque permaneceram por tanto tempo, suspendendo e excluindo irmãos? Uma pena ter se punido tanta gente. Ainda hoje esta história se repete em muitas igrejas, mas com outras proibições.

A palavra pecado origina-se do grego"hamartia" e significa errar o alvo. Se o meu alvo, que é Cristo, é desviado por alguma barreira, logo eu identifico o pecado. Uma música não evangélica te afasta da presença de Deus? Como? Porque?! É só explicar como isso acontece! Só porque se trata de uma "música do mundo"?! Responda: Você come comida "do mundo"? Usa roupas "do mundo"? Paletó e gravata são usados por políticos, executivos, funcionários de grandes empresas. Qual a diferença para o paletó e gravata dos cristãos? Muitas foram confeccionadas por estilistas e costureiros não-evangélicos. É uma vestimenta "do mundo"?!
Se você usa roupas sociais, no que você é "diferente do mundo"?? Há pessoas que colocam as melhores roupas, as mais caras, algumas justas demais (mesmo saias longas), para irem à igreja no domingo. Com que objetivo estas pessoas colocam estas roupas e vão ao culto?! Com um coração puro para adorar a Deus? Então é razoável concluir que, ser do mundo ou não, não está na aparência, na exteriorização das coisas, na música ou roupa ser feita por evangélicos ou não, mas naquilo que colocamos o nosso coração. "Onde estiver o seu tesouro, aí estará teu coração"(Mateus 6:21)
Muitos chegam a dizer que se "sentem mal" ao ouvirem "músicas do mundo", mas seus corações estão cheios de maldade, falsidade, que também são comportamentos "deste mundo". Com o que estas pessoas teriam que se "sentir mal" em primeiro lugar? Acredito que o cristão verdadeiro, transformado, faça uma melhor seleção das músicas que ouve, mas qual a preocupação primordial de um cristão verdadeiramente convertido? Mudar sua interpretação sobre o que é música gospel e música do mundo, e a mudança interior ficar em segundo plano? 
Não é estranho haver atitudes desonestas por parte de pessoas que se auto intitulam tão espirituais, que acham errado ouvir música secular, e exigem tanta "santidade"? A palavra santificação significa separação, e não isolamento ou alienação. A verdade é que estas palavras são confundidas. Já percebeu que filho de crente quando se desvia comete todo tipo de pecado em dobro, se comportando pior que um incrédulo?! Na verdade ele saiu de uma prisão religiosa, sufocado por um julgo, quando deveria ser livre em Cristo Jesus. 
Pense agora com toda a sinceridade de seu coração: Como pode Deus tocar profundamente numa pessoa para ela não ouvir sequer uma música não-evangélica, a ponto dela dizer que "se sente mal" e esta mesma pessoamentir, caluniar, falar mal dos outros, fazer fofocas?! Não é a doutrina bíblica (que nos ensina a não mentir, a não falar mal do próximo) muito mais importante que dogmas e doutrinas de igreja?! Como pode um mesmo Deus, em uma mesma pessoa, tocar no coração dela em uma área que a Bíblia nada diz a respeito, mas em outra área, das atitudes, do comportamento, do ódio, da desavença, não tocar?! Como pode uma pessoa ser tão "santa" quanto a musicalidade, e ter um coração cheio de inveja, de desejo de vingança?
Para muitos falta respeito, compreensão, oração e diálogo em família.
Para o povo de Deus, o povo comprado, lavado e remido pelo Sangue de Jesus, não existe uma regra moral coletiva. Ao jovem rico Jesus disse para ele vender tudo o que tinha e dar aos pobres, pois sabia que o coração dele estava na riqueza. (Mateus 19:16-23) Mas o Senhor não disse a mesma coisa para outros ricos. Se o seu coração estiver na riqueza, em carros, casas, músicas, seja o que for, aí estas coisas se transformam em pecado na sua vida. Agora, para o povo de Deus existe sim, as Sagradas Escrituras, e nela devemos nos embasar contra o pecado, e não no que pregadores, convenções, igrejas, acham que é certo ou errado.
Quanto a proibições que a bíblia nada trata diretamente, o apóstolo Paulo nos dá um excelente conselho em Romanos 14:14, quando nos diz: "Eu sei, e estou certo no Senhor Jesus, que nenhuma coisa é de si mesma imunda, a não ser para aquele que a tem por imunda; para esse é imunda". E no versículo 22 ainda acrescenta: "Tens tu fé? Tem-na em ti mesmo diante de Deus. Bem-aventurado aquele que não condena a si mesmo naquilo que aprova".
Os dogmas religiosos mudam com o tempo, mas a Palavra de Deus não muda. A bíblia condena o pecado da glutonaria. Você vê pregadores abordando este assunto? O que tem de irmãos bem acima do peso não é brincadeira. Mas ninguém fala nada, não reprovam, não censuram, tanto quanto ver um cristão ouvindo uma música secular. Ou seja, nossa comunidade evangélica contemporânea vê pecado onde a bíblia nada diz, mas a religião proíbe, e onde a bíblia tanto condena (fofocas, glutonarias, invejas) nada pregam a respeito. Todos os dias pessoas se afastam de igrejas ofendidas, feridas, magoadas, por disse-me-disse, e tudo fica por isso mesmo. E a Palavra nos alerta que "O irmão ofendido é mais difícil de conquistar do que uma cidade forte"(Provérbios 18:19)
O Senhor Jesus nos ensina: "Não é o que entra pela boca do homem que contamina o homem, mas o que sai dela"(Mateus 15:11). Não é o que entra em nossos ouvidos que pode nos contaminar! O Senhor daria esta mesma resposta se a questão fosse a música, pois se tratava de um dogma, se podia ou não comer com as mãos por lavar, que era a doutrina deles na época. E os discípulos comeram sem lavar as mãos. Há muita superstição no meio evangélico. Podem não ser as mesmas dos que não são crentes, mas não deixam de ser superstições.
Atribui-se o pecado a fatores externos (lavar as mãos, ouvir uma música) e nunca aos propósitos que estão no pensamento, no íntimo. Por isso o Senhor completa: "Mas tudo o que sai da boca, vem do coração, e isto contamina o homem. Pois do coração procedem maus pensamentos, homicídios, adultérios, fornicações, furtos, falsos testemunhos, blasfêmias. Estas coisas são as que contaminam o homem; porém o comer sem lavar as mãos não o contamina".(Mateus 15:18-20) E depois de todo este ensinamento maravilhoso, há pessoas que acham que uma música secular é que vai fazer a pessoa pecar!
E quando estamos em um shopping, consultório, e ali toca músicas não evangélicas, o que deveríamos fazer? Tapar os ouvidos?! Sair correndo dali? Não ouvimos do mesmo jeito?! Ainda que alguns contestem, afirmando que em lugares públicos não seria culpa do cristão, o fato é que o problema se relaciona a OUVIR e não ONDE ou de QUE MANEIRA. E como no texto já abordei anteriormente, reforço que o verdadeiro cristão sabe dosar, equilibrar, e que não é um viciado em músicas mundanas, e que também sabe selecionar boas músicas, separando daquelas com letras maliciosas, etc, assim como não pode ser dado a glutonaria.
A lista de dogmas de muitas de nossas igrejas nos anos 1920 a 1960 envergonha a igreja de hoje, e muitos até desconversam, dizendo desconhecedores de tais doutrinas. O perfume, o shampoo, o sabonete, o refrigerante, o chinelo, e outros usos e costumes que eram proibidos na época, hoje estão liberados, e não representam mais pecado nem para os mais legalistas."Mas e daí?" - questionam alguns. "-Esquece isso....Isso foi lá em 1950, 60.... Prá que falar nisso hoje? Isso é passado! Naquela época o povo era muito ignorante!"
Hoje muitos condenam quem ouve "músicas do mundo", ou seja, as músicas que não são evangélicas. Mesmo as mais simples, as mais suaves. Não me refiro as que tem letras maliciosas, mas as boas músicas. Se você ouve música não-evangélica, corre o risco de ser taxado de "crente-mundano", como os que usavam perfume em 1950. Com toda certeza, essa é mais uma doutrina que terá seu fim daqui a uns 20 anos. Mas em 2034, se alguém disser que hoje era reprovado o cristão que ouvia músicas não-evangélicas, alguém comentará: "-Poxa, mas já não tinham TV em casa? Não ouviam essas músicas nos filmes e comerciais...?" E outro responderá: "-E daí??....Isso foi lá em 2014...Prá que falar nisso hoje? Isso é passado!.... Esquece isso...Naquela época o povo era muito ignorante!"

"Jesus Cristo é o mesmo ontem, hoje e eternamente"(Hebreus 13:8)
"Se, pois, estais mortos com Cristo quanto aos rudimentos do mundo, por que vos carregam ainda de ordenanças, como se vivêsseis no mundo, tais como: não toques, não proves, não manuseies? As quais coisas todas perecem pelo uso, segundo os preceitos e doutrinas dos homens; as quais tem, na verdade, alguma aparência de sabedoria, em devoção voluntária, humildade, e em disciplina do corpo, mas não são de valor algum senão para a satisfação da carne"(Colossenses 2: 20-23)
"Não sejais como o cavalo, nem como a mula, que não têm entendimento, cuja boca precisa de cabresto e freio; de outra forma não se sujeitarão"(Salmo 32:9)

"Este povo honra-me com os lábios, mas o seu coração está longe de mim. Em vão, porém, me honram, ensinando doutrinas que são mandamentos de homens. Porque, deixando o mandamento de Deus, retendes a tradição dos homens, como o lavar dos jarros e dos copos; e fazeis muitas outras coisas semelhantes a estas"(Marcos 7:1-8)
Denis de Oliveira é pastor da Assembleia de Deus, Ministério Poder de Deus, RJ.