quarta-feira, 31 de agosto de 2016

AS APARÊNCIAS ENGANAM

Os cristãos parecem especialmente vulneráveis quando se trata de comparação. Por que os cristãos comparam tanto? Por algum motivo que não consigo discernir claramente, nos constrangemos com as diferenças.
Preferimos a igualdade, a previsibilidade, interesses comuns. Se alguém pensa de modo diferente, usa roupas diferentes, tem gosto e opiniões diferentes, ou gosta de um estilo de vida diferente, a maioria dos cristãos discorda ou até se "escandaliza".

Damos muito peso às coisas exteriores e importância às aparências, e não à individualidade e variedade. Normalmente pensamos que o que é bom para nós também é bom para os outros. Nossas atitudes, comportamento, escolhas, gostos, sempre são os melhores, e os demais têm que se assemelhar aos nossos, senão estão errados ou até em pecado.

Gostaria de dizer que fazer comparações e principalmente se ater às aparências, enganam.Mateus 7:21 diz: 'Nem todo que me diz: Senhor, Senhor! entrará no reino dos céus, mas aquele que faz a vontade de meu Pai, que está nos céus."


Às vezes nós matamos espiritualmente ou dificultamos a caminhada de muitos por causa dos nossos preconceitos. A bíblia é um livro de regras gerais que são comuns a todos, mas também é um livro de regras pessoais ou individuais, por isso Paulo disse : I Coríntios 6:12: "Todas as coisas me são permitidas, mas nem todas me convêm. Todas as coisas me são permitidas, mas não me deixarei dominar por nenhuma delas." Cada um conhece a si mesmo, seus pontos fracos e suas virtudes, ninguém é igual ao outro.

Vou resumir um acontecimento na vida do pastor Swindoll, que ele narra em seu livro “O Despertar da Graça".: Certa vez ele estava em um congresso para casais, palestrando por alguns dias, quando um fato chamou sua atenção.

Ele percebeu que havia um casal participante desse evento onde o marido raramente estava com a esposa no auditório, e quando estava presente ele cochilava nas ministrações. Certamente o pastor Swindoll pensou, essa é mais uma daquelas esposas que se interessam por Jesus, mas o marido não quer nada com nada. Pois bem, no último dia do evento o pastor estava se preparando para sua última preleção quando esta mulher veio em sua direção.

Ele imediatamente pensou, com certeza essa irmã vem reclamar do marido, porque ela é uma serva fiel, compromissada e ele não tem muito interesse.

Quando esta se aproximou, cumprimentou o pastor e lhe trouxe os agradecimentos do marido pelo final de semana abençoado que ele tivera.

O pastor não entendeu absolutamente nada mas perguntou. Ele gostou mesmo, porque raramente eu o vejo com a senhora, e quando percebo que estão juntos ele sempre está cochilando. Foi quando veio à surpresa do julgamento pela aparência.

A esposa disse: Pastor, meu marido é canceroso e está em fase terminal, ele não tinha a mínima condição de estar aqui, e eu estou aqui porque ele insistiu muito para que viéssemos.

Ele não pôde estar presente em todas as palestras por causa das dores e também por causa da morfina que ele toma diariamente, por isso quando ele está presente às vezes ele dorme. Mas todas as vezes que ele não esteve presente me fez contar tudo o que o senhor tinha ensinado. E também pediu para dizer-lhe que agora Deus pode recolhê-lo porque está muito feliz e apesar das circunstâncias sente muita paz.

Agora imaginem onde o queixo do pastor foi parar?

Alguns versículos para reflexão: I Samuel 15:22 onde diz que obedecer é melhor que sacrificar. Por quê? Por que muitas vezes os sacrifícios são aparentes!

Isaías 64:6 onde diz que os nossos atos de justiça são como trapos de imundícia. Por quê? Por que a maioria dos nossos atos são alicerçados na aparência (nenhum deles sequer se compara à justiça divina).

Joel 2:13 onde diz rasgai o vosso coração e não as vossas roupas. Por quê? Por que roupa significa exterior e toda mudança genuína brota de dentro, do coração!


Lucas 15:1,2 diz: Todos os pecadores e publicanos se aproximam de Jesus para ouví-lo. Os fariseus e escribas murmuravam: Este recebe pecadores e come com eles. Quando a bíblia diz pecadores, estão inclusos todos os tipos de pessoas marginalizadas como os pobres, viúvas, prostitutas, doentes, indigentes, os rejeitados em geral.

Uma pergunta: No caso de Jesus nós teríamos coragem de dizer que a aparência do mal também é pecado? Porque, note com que tipo de pessoas Jesus se relacionava. E se um fato semelhante acontecesse com algum de nós? Resposta........... Onde quero chegar com tudo isso?

É simples, nós somos sempre avaliados pelo que fazemos e pela aparência (do que fazemos), e não pelo que verdadeiramente somos. Às vezes erramos, nos entristecemos e nos arrependemos, por que absolutamente ninguém é perfeito, mas também acertamos, nos sentimos bem e estimulados a continuar. Exceções à parte há aqueles que nunca erram, mas eu imagino como deve ser difícil manter as aparências.

Imaginem a respeito do que o apóstolo Paulo estava falando (além de outras coisas) quando ele diz : o amor seja não fingido-Romanos 12:9.

O evangelho de João 7:24 também diz: não julgueis segundo a aparência, mas sim conforme a justiça. Ainda bem que Deus não vê como o homem vê (I Samuel 16:7). A propósito quero dizer àqueles crentes que se sentem rejeitados, discriminados, deixados de lado e até esquecidos.

Quem os rotulou de santos e justos não foi homem nenhum, nem um príncipe, nem um rei, nem um presidente e nem um monarca, mas o próprio Deus quando nos atraiu na cruz do Calvário e nos transformou em seus filhos e herdeiros.

No céu haverá muuuitas surpresas, por que as aparências enganam.......

Que Deus os abençoe!

Pr. Américo

terça-feira, 30 de agosto de 2016

O HOMEM TEM MUITA DIFICULDADE EM OBEDECER A DEUS!

E disse: Toma agora o teu filho, o teu único filho, Isaque, a quem amas, e vai-te à terra de Moriá e oferece-o ali em holocausto, sobre uma das montanhas que eu te direi.

(Gênesis: 22.3)

Esta passagem trata de um dos maiores atos de obediência registrados pela Bíblia,  Deus pôs Abraão à prova, determinando que ele desse o seu filho Isaque em sacrifício. Abraão e Isaque viajaram, aproximadamente, 80 Km de Berseba até o Monte Moriá, durante cerca de três dias, quando chegaram ao lugar indicado pelo Senhor ele construiu um altar e sobre ele arrumou a lenha, amarrou o seu filho e colocou-o sobre o altar, em cima da lenha, então estendeu a mão e pegou a faca para sacrificá-lo, mas o anjo do Senhor chamou-o do céu e disse para ele não tocar em Isaque, e complementa dizendo que agora sabia que ele temia a Deus, pois não negou o seu filho, seu único filho, Abraão abriu os olhos e viu um carneiro preso pelo chifre em um arbusto, foi lá, pegou-o e o sacrificou em holocausto em lugar do seu filho.
Qual a nossa intenção com este texto? O que pretendemos com este artigo? Chamar a atenção para, talvez, o maior problema do homem em seu relacionamento com Deus. E qual seria este problema? A dificuldade do ser humano em obedecê-Lo. O homem não tem nenhuma dúvida que Deus é poderoso e que pode mudar a sua vida. Reconhece que o Senhor é o criador de todas as coisas. Busca de forma incessante um relacionamento próximo com Ele. Coloca a sua vida e da sua família sob a Sua proteção. Mas quando precisa a fazer a vontade de Deus o ser humano tropeça. Adia a decisão que precisa ser tomada. Continua fazendo o que não deveria mais fazer. Tenta negociar o que não tem a menor condição de ser negociado. Quebra princípios que não podem ser quebrados. Enfim, busca de todas as maneiras continuar vivendo dentro da vontade do seu coração teimoso. E, por isso, a mudança em sua vida que tanto espera não acontece, pois é preciso que o homem esteja dentro da vontade de Deus e não dentro da sua. Somos assim, vamos vivendo e, pior, o tempo passando. Sem perceber que a obediência a Deus é o caminho mais rápido para a verdadeira liberdade.

domingo, 28 de agosto de 2016

A Boa Forma Espiritual

T. A. McMahon

O termo “fitness” (boa forma) é um dos jargões tecnológicos favoritos do marketing que atrai muitas pessoas às academias e aos spas, e até mesmo tem um apelo para os que estão fora de forma que o mesmo se torna um ideal a ser atingido. Há poucas dúvidas de que a parte física da vida simplesmente parece ser melhor quando a pessoa está em boa forma.
A Bíblia dá alguns créditos a essa idéia em 1 Timóteo 4.8, quando Paulo fala para Timóteo que exercícios físicos são de pouco [algum] proveito. O versículo continua: “Mas a piedade para tudo é proveitosa, porque tem a promessa da vida que agora é e da que há de ser”. Em outras palavras, a piedade, que é o exercício espiritual de viver o que a Palavra de Deus ensina, deve ser buscada com afinco significativamente maior do que o “exercício físico”, para melhorar a vida diária do crente aqui na terra, bem como para dar-lhe recompensas na vida eterna.
O objetivo da boa forma espiritual, de acordo com as Escrituras, deve ser a piedade. O apóstolo Paulo exorta Timóteo a “exercitar-se” “pessoalmente na piedade” (1Tm 4.7), e Pedro declara que Deus tem doado aos crentes “todas as coisas que conduzem à vida e à piedade” (2Pe 1.3). Espero que todos os crentes que lerem isto desejem alcançar esse objetivo, não importa quão distante sintam que estão dele neste momento. A boa notícia é que há uma Boa Notícia, não importando a condição em que a pessoa se encontra!
No mundo dos esportes, quando um time está precisando se esforçar bastante em mais de um aspecto do jogo, muitos treinadores fazem com que seus atletas voltem a praticar o que é fundamental naquele esporte. Isso geralmente faz com que as coisas dêem uma volta e caminhem na direção da melhora. Tal abordagem pode também ser útil para aqueles que querem alcançar a boa forma espiritual, mas não estão bem certos sobre como devem agir. (E não estou recomendando a ninguém que saia à procura dos chamados “instrutores espirituais” ou “treinadores espirituais”, que freqüentemente utilizam as últimas tendências, métodos ou técnicas, que estão longe de ser aquilo que as Escrituras ensinam).
Quais são os elementos fundamentais nas Escrituras para o crescimento na piedade? Como declarou Jesus a Nicodemos: “Se alguém não nascer de novo, não pode ver o reino de Deus. (...) Importa-vos nascer de novo” (Jo 3.3,7). Sem essa transformação, do nascimento espiritual do Alto, é impossível que alguém manifeste piedade. Esse novo nascimento acontece quando uma pessoa admite que é pecadora, se volta para Jesus em fé, crê que Ele pagou completamente a penalidade pelos pecados dela e aceita o dom gratuito da salvação que apenas Jesus poderia dar e realmente deu. Então, essa pessoa se torna um “novo homem”. “E assim se alguém está em Cristo, nova criatura é” (2Co 5.17). Embora tenha se transformado milagrosamente em uma nova criatura, o crente nascido de novo retém sua velha criatura, mas já não está mais debaixo de seu controle pecaminoso:
  • Não saia da vossa boca nenhuma palavra torpe, (...) Longe de vós toda amargura, e cólera, e ira, e gritaria, e blasfêmias, e bem assim toda malícia” (Ef 4.29,31).
  • Não mintais uns aos outros, uma vez que vos despistes do velho homem com os seus feitos e vos revestistes do novo homem que se refaz para o pleno conhecimento, segundo a imagem daquele que o criou” (Cl 3.9-10).
  • vos revistais do novo homem, criado segundo Deus, em justiça e retidão procedentes da verdade” (Ef 4.24).
Não deveríamos nos surpreender, entretanto, quando, dentro do crente nascido de novo, a velha natureza, embora já não esteja mais no controle das coisas, cause uma batalha às vezes feroz em nosso coração e em nossa mente. Essa batalha espiritual continuará a existir em toda a nossa vida temporal, mas podemos ter a vitória diária. Por quê? Porque o próprio Deus forneceu tudo o que um crente precisa para crescer em “justiça e retidão procedentes da verdade”.

Embora tenha se transformado milagrosamente em uma nova criatura, o crente nascido de novo retém sua velha criatura, mas já não está mais debaixo de seu controle pecaminoso.
Quais são algumas dessas coisas que Ele nos forneceu? Uma ajuda fundamental é que o Espírito Santo passa a habitar em todo cristão no momento em que este crê no Evangelho:
  • Não sabeis que sois santuário de Deus e que o Espírito de Deus habita em vós?” (1Co 3.16).
  • E, porque vós sois filhos, enviou Deus ao nosso coração o Espírito de seu Filho, que clama: Aba, Pai!” (Gl 4.6).
  • E eu rogarei ao Pai, e ele vos dará outro Consolador, a fim de que esteja para sempre convosco, o Espírito da verdade, que o mundo não pode receber, porque não o vê, nem o conhece; vós o conheceis, porque ele habita convosco e estará em vós” (Jo 14.16-17).
A habitação do Espírito Santo é fundamental, pois, sem o Espírito de Cristo, não haveria vida nEle. Isto pode ser comparado a termos o último modelo de um carro, mas sem o motor. Assim como um carro sem motor seria inútil no que se refere ao propósito para o qual foi criado, também uma pessoa que não possui o Espírito Santo (e, portanto, não pertence ao Senhor) é incapaz quando se trata de viver acima das circunstâncias, de ser luz para o mundo e de, finalmente, passar a eternidade cumprindo o plano de Deus para nós. A analogia pode ser um pouco desajeitada, mas creio que dá para entender o que quero dizer.
Por outro lado, a pessoa em quem o Espírito de Cristo habita possui tudo o que é necessário para viver uma vida de piedade – contanto que utilize o Espírito – o que certamente inclui ser espiritualmente frutífero e produtivo.
Considere a incrível abundância que o Espírito Santo proporciona ao crente. Ele, a Terceira Pessoa da Trindade, é o Consolador do cristão nascido de novo (o que inclui o significado de “fortalecedor”), é Aquele que ensina, que capacita, que dá poder, que dirige, que convence do pecado, que revela a verdade, que batiza e que transmite os inúmeros dons espirituais.
Foi através do Espírito Santo que recebemos a Palavra de Deus: “Porque nunca, jamais, qualquer profecia foi dada por vontade humana; entretanto, homens [santos] falaram da parte de Deus, movidos pelo Espírito Santo” (2Pe 1.21).
E é através do Espírito Santo que ganhamos entendimento das Escrituras: “Mas o Consolador, o Espírito Santo, a quem o Pai enviará em meu nome, esse vos ensinará todas as coisas e vos fará lembrar de tudo o que vos tenho dito” (Jo 14.26).
O envolvimento do Espírito Santo em nos dar a Palavra de Deus e seu valor em nos equipar em Cristo são claramente revelados em 2 Timóteo 3.15-17: “E que, desde a infância, sabes as sagradas letras, que podem tornar-te sábio para a salvação pela fé em Cristo Jesus. Toda a Escritura é inspirada por Deus e útil para o ensino, para a repreensão, para a correção, para a educação na justiça, a fim de que todo o homem de Deus seja perfeito e perfeitamente habilitado para toda boa obra”.
De fato, a revelação miraculosa de Deus através das Sagradas Escrituras é verdadeiramente o manual de instrução do Senhor, informando-nos sobre o que precisamos saber para vivermos uma vida de piedade (2Pe 1.3); e o Espírito Santo é Aquele que nos dá poder para realizarmos os ensinamentos de Jesus, que é a Palavra Viva. Jesus é Deus-Homem. Ele é eternamente Deus e, por meio da Encarnação, tornou-se o Homem perfeito. Ele jamais cessará de ser tanto Deus quanto Homem.
Somos seres finitos, portanto essa idéia, juntamente com outras (tais como a doutrina da Trindade), podem nos parecer incompreensíveis. Enquanto ainda estivermos nesses corpos terrenos, nunca seremos capazes de entender completamente nosso Deus infinito. Portanto, confiamos no que Ele nos comunicou através de Sua Palavra e, um dia, estaremos com Ele e O conheceremos em verdade perfeita (1Co 13.12).
Em nossa busca pela piedade, Jesus não apenas nos deu instruções, mas Ele, como o Homem perfeito, também demonstrou a necessidade de dependermos da obra do Espírito Santo em nossa vida. Considere os versículos abaixo:
  • o Espírito Santo desceu sobre ele em forma corpórea como pomba; e ouviu-se uma voz do céu: Tu és o meu Filho amado; em ti me comprazo” (Lc 3.22).
  • Jesus, cheio do Espírito Santo, voltou do Jordão e foi guiado pelo mesmo Espírito, no deserto” (Lc 4.1).
  • Então, Jesus, no poder do Espírito, regressou para a Galiléia, e a sua fama correu por toda a circunvizinhança” (Lc 4.14).
Numa sinagoga em Nazaré, Ele declarou ser o Messias profetizado ao ler a passagem do Livro de Isaías. Suas palavras começaram com a afirmação: “O Espírito do Senhor está sobre mim” (Lc 4.18).
Nosso Senhor não apenas demonstrou a importância do Espírito Santo em Sua vida como o Homem perfeito, mas Ele também enfatizou o mesmo para todos os que quisessem segui-lO: “Mas vem a hora, e já chegou, em que os verdadeiros adoradores adorarão o Pai em espírito e em verdade; porque são estes que o Pai procura para seus adoradores. Deus é espírito; e importa que os seus adoradores o adorem em espírito e em verdade” (Jo 4.23-24).
Embora este artigo tenha começado fazendo referências à boa forma física como uma analogia, existe uma diferença crítica entre a propensão de uma pessoa para o exercício físico e a busca dessa pessoa pela piedade. Freqüentemente, a primeira enfoca a si mesma, enquanto que a outra não. Ela deve ser “voltada para o outro”. A piedade é manifesta no amor de uma pessoa por Deus e pelos outros. Isto se torna abundantemente claro através dos dons do Espírito Santo, os quais Deus deu a todo crente a fim de capacitar a cada um a crescer em piedade e a ser de benefício uns para os outros. Paulo, escrevendo para a igreja de Éfeso, disse:
E a graça foi concedida a cada um de nós segundo a proporção do dom de Cristo. Por isso, diz: Quando ele subiu às alturas, levou cativo o cativeiro e concedeu dons aos homens. (...) E ele mesmo concedeu uns para apóstolos, outros para profetas, outros para evangelistas e outros para pastores e mestres, com vistas ao aperfeiçoamento dos santos para o desempenho do seu serviço, para a edificação do corpo de Cristo, até que todos cheguemos à unidade da fé e do pleno conhecimento do Filho de Deus, à perfeita varonilidade, à medida da estatura da plenitude de Cristo” (Ef 4.7-13).
Como foi descrito acima, os dons do Espírito certamente gerarão piedade individual, mas, como foi observado, eles também nos ajudarão a crescer ainda mais à medida que ministramos, ou servimos, aos outros.
Pedro, em sua primeira epístola, confirma que os dons são para todos os crentes e devem ser dirigidos para o bem uns dos outros. “Servi uns aos outros, cada um conforme o dom que recebeu, como bons despenseiros da multiforme graça de Deus” (1Pe 4.10).
O desenvolvimento da boa forma espiritual está diretamente relacionado à dependência que a pessoa tem do Espírito Santo. Ele deu a cada crente um ou mais dons para serem usados da maneira que Ele quer e para a qual nos capacita. Se não dermos lugar à obra do Espírito Santo em nossa vida, os dons não serão exercitados, e tanto nós quanto o corpo de Cristo estaremos sendo privados daquilo que foi dado para o desempenho, o aperfeiçoamento e a edificação dos santos.
Infelizmente, nestes dias em que prevalece a apostasia do final dos tempos, a Igreja está se afastando do fortalecimento espiritual que Deus lhe proporcionou através do Espírito Santo, que é freqüentemente um Amigo negligenciado. Isto fica ainda mais evidente na área do discernimento espiritual.
Embora a boa forma espiritual seja certamente auxiliada pela operação dos dons do Espírito, existe outro importante exercício do Espírito Santo, que é um suporte para a piedade e é necessário para a excepcional qualificação que Deus nos dá para realizarmos Sua vontade: é sermos cheios do Espírito.
As Escrituras são muito claras nas exortações para os crentes serem cheios do Espírito Santo. Jesus era cheio do Espírito Santo; João Batista era cheio do Espírito Santo, bem como seus pais; Pedro era, e também Paulo, Estêvão, Barnabé e os discípulos. Além destes, todos os crentes são exortados a serem cheios do Espírito (Ef 5.18) e dos Seus frutos de justiça (Fp 1.11).
Em seu Comentário Bíblico, o falecido William MacDonald (que era membro da diretoria da Berean Call) compartilhou esses princípios bíblicos referentes a Efésios 5.18:
Como um crente pode ser cheio do Espírito? O apóstolo Paulo não nos diz aqui em Efésios; ele meramente ordena que sejamos cheios. Mas, a partir de outras passagens da Palavra, podemos saber que, para sermos cheios do Espírito, devemos:
  1. Confessar e abandonar todos os pecados conhecidos de nossa vida (1Jo 1.5-9)
  2. Ceder o controle de nossa vida totalmente a Ele (Rm 12.1-2)
  3. Permitir que a Palavra de Cristo habite ricamente em nós (Cl 3.16)
  4. Finalmente, devemos nos esvaziar de nós mesmos (Gl 2.20).
A seguir, MacDonald cita um autor desconhecido:
Assim como você deixou todo o peso do seu pecado, e descansou na obra terminada de Cristo, também deixe de lado todo o peso de sua vida e obra, e descanse na obra interior que é realizada pelo Espírito Santo. Entregue-se, manhã após manhã, para ser conduzido pelo Espírito Santo e vá adiante em adoração e descanso, deixando que Ele dirija você e seu dia. Cultive o hábito, durante todo o dia, de depender alegremente dEle e de obedecer-Lhe, esperando que Ele o guie, ilumine, corrija, ensine, use, e faça em você e com você o que for da vontade dEle. Conte com Ele como sendo um fato, completamente separado do que você vê ou sente. Vamos simplesmente crer e obedecer ao Espírito Santo como Aquele que dirige a nossa vida e vamos deixar de lado o peso de tentarmos nos guiar por nós mesmos. Assim, o fruto do Espírito aparecerá em nós, de acordo com a vontade dEle, para a glória de Deus.
Ninguém pode obedecer ao mandamento de Jesus: “Tome a sua cruz e siga-me” (Mc 8.34), sem a capacitação do Espírito Santo. Uma pessoa que afirma ser cristã, mas não utiliza o poder do Espírito Santo em sua vida, talvez por causa de ensinamentos errados que recebeu, ou simplesmente por causa de uma apatia pessoal, provavelmente será esmagada pela cruz que está tentando carregar.
A boa forma espiritual é vital e mais crucial para os crentes hoje do que foi antes. Tempos de perseguição se delineiam no horizonte para os cristãos de países do Ocidente, onde a sedução, em vez da perseguição aberta, até agora tem prevalecido. Podemos aprender com o exemplo de Paulo e Barnabé: “Mas os judeus instigaram as mulheres piedosas de alta posição e os principais da cidade e levantaram perseguição contra Paulo e Barnabé, expulsando-os do seu território. E estes, sacudindo contra aqueles o pó dos pés, partiram para Icônio. Os discípulos, porém, transbordavam de alegria e do Espírito Santo” (At 13.50-52).
Portanto, nosso encorajamento em oração por todos nós que conhecemos a Jesus e desejamos glorificá-lO, é este: Permitamos que o estudo da Sua Palavra seja nosso contínuo hábito, e que a direção e o preenchimento com o Espírito Santo sejam nossa experiência diária. Esta é a verdadeira boa forma espiritual! 

(T. A. McMahon - The Berean Call - Chamada.com.br)

Obstáculos da Fé

A passagem da ressurreição de Lázaro nos mostra alguns obstáculos da fé... Antes é preciso que saibamos duas coisas importantes desta narrativa... Primeiro a família de Lázaro era uma família que fora discipulada pelo próprio Jesus, e era amiga de Jesus. Segundo, vejamos o que disse Jesus: "Esta enfermidade não é para morte, mas para glória de Deus, para que o Filho de Deus seja glorificado por ela". (v.4). Jesus era amigo íntimo da família. Por que se preocupar? Mas, não se deram conta dessa amizade, e colocaram os obstáculos acima de tudo. Até o milagre da ressurreição de Lázaro, Jesus não fez outra coisa senão quebrar com as dificuldades que obstruíam e obstruem  a  fé...
  1. "Jesus ficou ainda dois dias no lugar onde estava" - (v.6). Se houvesse fé nem haveria necessidade de Jesus ir até a aldeia. Mas, Jesus se prolongou dois dias - isso foi um teste de fé e nisso, seus seguidores foram reprovados. 
  2. "Rabi, ainda agora os judeus procuravam apedrejar-te, e tornas para lá?" (v.8). Não tinham a visão da divindade de Cristo. Ainda não haviam de fato crido que Jesus era Deus e como Deus era o suficiente em todas as coisas. Subestimaram a Jesus. 
  3. "Não há doze horas no dia? Se alguém andar de dia, não tropeça, porque vê a luz deste mundo" (v.9) - Com essas palavras Jesus estava dizendo da importância de se fazer a obra de dia. De dia se enxerga... De noite a visão fica ofuscada pela a escuridão... Assim pelo visto era a fé daquela gente - uma fé "noturna" que não contemplava o impossível, mas o obstáculo. 
  4. "Lázaro, o nosso amigo, dorme, mas vou despertá-lo do sono. Disseram, pois, os seus discípulos: Senhor, se dorme, estará salvo" - (v.12). A expressão denota uma total falta de visão da realidade de fato, da realidade das coisas espirituais. Não entenderem. Tiveram uma visão equivocada. 
  5. "Lázaro está morto" (v.14) - Jesus teve que ser claro, objetivo. Mas mesmo assim não entenderam e continuaram na sua visão distorcida. Observem o que Tomé vai dizer "Vamos nós também, para morrermos com ele" (v.16)
  6. "Maria, porém, ficou assentada em casa" - (v.20) O pior obstáculo à fé é a zona de conforto que muitos nutrem de ficar dentro de casa, sem uma tomada de posição. 
  7. "Senhor, se tu estivesses aqui, meu irmão não teria morrido" (v.21 ). A ideia da condição - "se". Isso não existe pra Deus. Deus não olha para o passado, mas para o presente. 
  8. "Eu sei que há de ressuscitar na ressurreição do último dia" (v.24) - Fé intelectualizada, sem alma, sem vida. Uma fé que professa a verdade, mas sem experiência na alma... "Sim, Senhor, creio que tu és o Cristo, o Filho de Deus, que havia de vir ao mundo". Uma fé acadêmica, mas que não contempla a grandeza de Jesus como Deus.
  9. "Vendo, pois, os judeus, que estavam com ela em casa e a consolavam" (v.31). Ás vezes assumimos o lugar de consoladores, quando o verdadeiro consolador é o próprio Jesus, e isso ninguém foi capaz de observar.
  10. "Não podia ele, que abriu os olhos ao cego, fazer também com que este não morresse?" (v. 37). A incredulidade neste momento constitui-se numa potestade maligna.
  11. "E era uma caverna, e tinha uma pedra posta sobre ela" (v. 38) - Eis aqui o que mais tipifica a incredulidade, a caverna. A caverna  do medo, da indiferença, da intelectualidade, a caverna da ignorância das coisas de Deus.
  12. "Senhor, já cheira mal, porque é já de quatro dias" (v. 39). O cheiro do impossível, do pecado. O cheiro da impossibilidade total e plena. Eis o absurdo da falta da saída. 
Então, Jesus - mediante os passos da incredulidade, fez a seguinte oração: "Pai, graças te dou, por me haveres ouvido. Eu bem sei que sempre me ouves, mas eu disse isto por causa da multidão que está em redor, para que creiam que tu me enviaste. E, tendo dito isto, clamou com grande voz: Lázaro, sai para fora." (v. 41-42) 


 Pr. Antonio José)

sábado, 27 de agosto de 2016

"Eu sei em quem tenho crido"

A Fé é a âncora que me segura no mar da existência.

Fé é mais que uma emoção ou algum sentimento... Eu só sei dizer que, é a única certeza que tenho... Não é um rito, ou alguma devoção... Mas, a seiva que me sustenta. Fé não é um tratado de doutrina. É difícil defini-la, pois, ao fazê-la, contradigo a lógica e a razão. É a loucura de contemplar àquilo que não vejo, mas sei que existe. Está lá... A maneira de dizer o que é fé, é dando-lhe um exemplo: Uma mulher na Bíblia traduz na sua atitude o que é a Fé. Ela já tinha gasto todos os seus recursos com médicos para tratar de um fluxo de sangue. Segundo a Bíblia ela sofria desse problema há 12 anos. De repente, ela OUVIU falar de JESUS. Sabendo que Jesus poderia cura-la, ela firmou, consolidou, acreditou e disse a si mesma... "Não importa se ele me olhe, ou empunhas suas mãos sobre mim, basta que eu o toque e eu serei curada". O que é a FÉ? FÉ é uma ação, é um movimento, é algo dinâmico que me faz buscar o impossível na certeza absoluta de que esse impossível no coração de Deus já É UM FATO CONCRETO.


 Diácono Maciel)

sexta-feira, 26 de agosto de 2016

Um Clamor Pela Intervenção de Deus

Rev. Hernandes Dias Lopes
“Já é tempo, Senhor, para intervires, pois a tua lei está sendo violada” (Sl 119.126).
O salmista, olha ao seu redor e vê sua nação mergulhada numa grande crise. Essa crise é resultado da apostasia religiosa e do colapso moral. A lei de Deus, reguladora da fé e conduta, estava sendo violada. Ainda hoje, essa crise permanece. A lei de Deus está sendo escarnecida. Os dez mandamentos estão sendo desprezados como coisa de nenhum valor. Por isso, também, devemos clamar por uma intervenção de Deus. Vejamos em que sentido a lei de Deus está sendo violada:
Em primeiro lugar, o único Deus está sendo substituído por outros deuses. O primeiro mandamento estabelece que há um só Deus. Os deuses dos povos foram criados pelo homem, mas o Deus verdadeiro é o criador, provedor e salvador do seu povo. Nele devemos colocar nossa confiança. Fora dele não há salvação.
Em segundo lugar, o culto espiritual está sendo corrompido pela idolatria. O segundo mandamento mostra que o único Deus vivo e verdadeiro deve ser adorado da maneira que ele mesmo prescreve em sua palavra. Portanto, toda  forma de idolatria é uma deturpação do culto. Deus não busca adoração, mas adoradores que o adorem em espírito e em verdade.
Em terceiro lugar, o nome de Deus tem sido desonrado pela falta de reverência. O teceiro mandamento revela que o nome de Deus deve ser santificado. Tomar seu nome em vão é desonrar a Deus, utrajar sua glória e ofender sua santidade. Palavras imorais, piadas indecorosas e expressões desprovidas de reverência com o santo nome de Deus é uma ofensa ao Altíssimo.
Em quarto lugar, o dia do Senhor tem sido desprezado pela secularização. A sociedade está cada vez mais secularizada. Os homens esquecem-se de Deus, buscam seus próprios interesses e fazem isso, inclusive, no dia que Deus reservou para o seu povo adorá-lo. A guarda do dia do Senhor nos foi dada para nosso deleite em Deus e o nosso descanso das lides da vida.
Em quinto lugar, os pais têm sido desonrado pelos filhos em nossa geração. Honrar pai e mãe é o caminho da longevidade e da prosperidade. Honrar pai e mãe é um gesto que agrada a Deus, fortalece a família e abençoa a sociedade.
Em sexto lugar, a vida humana está sendo banalizada. O sexto mandamento trata da sacralidade da vida. Só Deus tem poder para dar a vida e autoridade para tirá-la. Somos guardiões do próximo e não seus flageladores. Não  podemos tirar do próximo o seu bem maior, a própria vida.
Em sétimo lugar, a honra do próximo está sendo aviltada. Os valores morais estão de ponta-cabeça nessa sociedade hedonista e imoral. O aviltamento do sexo, o incentivo ao adultério e a prosmicuidade dos costumes aproxima nossa geração de Sodoma e Gomorra.
Em oitavo lugar, a honestidade no trato com dinheiro está em franco declínio.Depois que a lei de Deus tratou do respeito à vida e à honra do próximo, o oitavo mandameneto lida com o respeito aos bens do próximo. Em vez de roubar, o homem deve trabalhar. Em vez de usar de espertezas para saquear o alheio, o homem deve socorrer os necessitados.
Em nono lugar, o nome do próximo tem sido enlameado pela maledicência. O nono mandamento lida com a honra ao nome do próximo. Em vez de falar mal, devemos considerar uns aos outros em honra.  Em vez de desmerecer o próximo com calúnias mordazes, devemos abençoá-lo com atitudes nobres.
Em décimo lugar, desejar ilicitamente o que é do próximo é fazer do coração um laboratório de crimes. O décimo mandamento é o único do decálogo que é subjetivo. Deus considera não apenas nossas ações, mas, também, nossas motivações. Ele vê não apenas nossos atos, mas, também, perscruta nossas motivações. Em face do exposto, devemos também clamar: “Já é tempo, Senhor, para intervires, pois a tua lei está sendo violada”.

quinta-feira, 25 de agosto de 2016

A Morte Não Tem a Última Palavra

Rev. Hernandes Dias Lopes
“Não queremos, porém, irmãos, que sejais ignorantes com respeito aos que dormem, para não vos entristecerdes como os demais, que não têm esperança” (1Ts 5.13).
Os gregos acreditavam na imortalidade da alma, mas não na ressurreição do corpo. Eles subscreviam o dualismo, que ensinava que a matéria é essencialmente má e o espírito é essencialmente bom. Consequentemente, os gregos negavam doutrinas pivotais da fé cristã, como a criação, a encarnação e a ressurreição. A igreja de Tessalônica, fortemente influenciada pela cultura grega, teve suas convicções abaladas com respeito à doutrina da ressurreição dos mortos e passaram a viver como os pagãos que não tinham esperança. O apóstolo Paulo escreve duas cartas à essa igreja para corrigir esse desvio doutrinário e ao mesmo tempo consolar a igreja. Paulo destaca quatro verdades importantes que, passo a mencionar:
Em primeiro lugar, a doutrina da ressurreição é uma revelação divina e não uma especulação humana (1Ts 4.15). “Ora, ainda vos declaramos, por palavra do Senhor, isto…”. O futuro do povo de Deus não é o tormento do fogo eterno nem o túmulo gelado, mas a glória. Nosso corpo não ficará dormindo para sempre num sepulcro. Quando Jesus voltar, os vivos serão transformados e os mortos ressuscitarão com um corpo imortal, incorruptível, poderoso, glorioso, semelhante ao corpo da glória do Senhor Jesus.
Em segundo lugar, a segunda vinda de Cristo é uma realidade inegável e inescapável (1Ts 4.16a). “Porquanto o Senhor mesmo, dada a sua palavra de ordem, ouvida a voz do arcanjo, e ressoada a trombeta de Deus, descerá dos céus…”. Jesus voltará visível, audível, física, inesperada, repentina e gloriosamente. Quando ele voltar, os mortos em Cristo ressuscitarão primeiro e os que estiverem vivos, serão transformados e arrebatados para encontrar o Senhor nos ares. A segunda vinda de Jesus fechará as cortinas da história e abrirá os portais da eternidade.
Em terceiro lugar, a ressurreição dos mortos acontecerá imediatamente após a segunda vinda de Cristo (1Ts 4.16b). “… e os mortos em Cristo ressuscitarão primeiro”. Os mortos em Cristo ressuscitarão primeiro não em relação aos mortos que morreram na sua impiedade, porque todos os mortos ressuscitarão ao mesmo tempo, uns para a ressurreição da vida e outros para a ressurreição do juízo (Jo 5.28,29). Mas, ressuscitarão primeiro em relação aos que estiverem vivos. Ou seja, aqueles que morrem em Cristo, em critério algum, estão em desvantagem aos que continuam vivos, pois morrer é partir para estar com Cristo, o que é incomparavelmente melhor e, quando Jesus voltar, os mortos em Cristo ressuscitarão antes dos vivos serem transformados e arrebatados.
Em quarto lugar, o arrebatamento dos salvos será a manifestação de todos os remidos do Senhor (1Ts 4.17). “Depois, nós, os vivos, os que ficarmos, seremos arrebatados juntamente com eles, entre nuvens, para o encontro do Senhor nos ares, e, assim, estaremos para sempre com o Senhor”. O arrebatamento a que Paulo faz referência aqui não é um arrebatamento secreto, distinto da segunda vinda. O arrebatamento é o resultado imediato da segunda vinda. Jesus vem do céu e os salvos vão com ele para o céu. Jesus desce do céu e os salvos sobem com ele para o céu. O arrebatamento será tanto daqueles que ressuscitaram para a vida como dos vivos que serão transformados. Subiremos entre nuvens para encontrar nosso Senhor nos ares, e, assim, estaremos para sempre com o Senhor, na casa do Pai, na nova Jerusalém, na cidade santa, onde Deus enxugará dos nossos olhos toda lágrima; onde a morte não entrará; onde não haverá mais luto, nem pranto nem dor.
O apóstolo Paulo termina sua exposição dando uma ordem à igreja: “Consolai-vos, pois, uns aos outros com estas palavras” (1Ts 4.18). Jesus venceu a morte, tirou a aguilhão da morte e, por isso, a morte não tem a última palavra!

terça-feira, 23 de agosto de 2016

Eu Quero Ser Um Vaso Novo


Rev. Hernandes Dias Lopes

O profeta Jeremias foi chamado a descer à casa do oleiro para receber uma mensagem de Deus para a nação de Judá (Jr 18.1-6). Ali ele viu o oleiro trabalhando sobre as rodas, moldando o barro e fazendo dele um vaso novo. O vaso havia se estragado nas mãos, mas em vez do oleiro jogar o vaso fora, fez dele um vaso novo. Esse episódio encerra algumas preciosas lições:

1. Deus não desiste de você, mesmo quando você falha em cumprir seu propósito (Jr 18.4). 

O oleiro não jogou no lixo o vaso que se lhe havia estragado nas mãos. Ele não o colocou num canto como algo imprestável. Ele não desistiu desse vaso, mas fez dele um vaso novo. Assim, também, Deus não desiste de você. Mesmo quando você se torna como um barro sem liga ou como um vaso estragado, Deus continua investindo em sua vida. Ele não abre mão de fazer de você um vaso novo. Deus não desiste de fazer um milagre em sua vida. Ele não abdica do direito que tem de fazer de você um vaso de honra, um vaso útil, preparado para toda boa obra. Mesmo quando você cai, fracassa e se desvia, Deus não considera você como sucata imprestável. Ele não olha você com desprezo. Como oleiro divino, ele investe em sua vida e transforma você, para que você cumpra os propósitos eternos que ele mesmo estabeleceu para sua vida.

2. Deus não faz apenas remendos em sua vida; ele faz de você um vaso novo (Jr 18.4).

O oleiro não remendou o vaso que se lhe havia estragado nas mãos. Ele não se contentou com meias medidas. Ele fez um vaso novo. A obra de Deus em você é completa. Ele faz de você uma nova criatura. Ele não quer apenas uma reforma externa, um verniz de aparência. Ele quer dar-lhe uma nova vida, uma nova mente, um novo coração, uma nova família, uma nova pátria. Deus tem para você uma vida nova, com novos gostos, novas preferências, novos alvos, novos sonhos, novos compromissos. A vida com Cristo é novidade de vida. É vida santa, é vida no altar, é vida cheia do Espírito, é vida abundante, maiúscula, superlativa, eterna. A obra de Cristo em você é um milagre extraordinário. Portanto, você deve despojar-se dos trapos da murmuração e revestir-se com as vestes de louvor. Você deve largar para trás o espírito angustiado e cobrir-se com roupagens de louvor e óleo de alegria.

3. Deus não faz de você um vaso segundo o seu querer, mas um vaso segundo o seu propósito soberano (Jr 18.4).

Deus fez do vaso que se lhe havia estragado nas mãos um vaso novo, segundo bem lhe pareceu. A obra de Deus em você não é conforme os ditames da sua vontade, mas conforme os propósitos soberanos do próprio oleiro divino. Deus tem o melhor para você. Os planos de Deus para a sua vida são mais elevados do que os seus próprios sonhos. O projeto de Deus para a sua vida são mais altaneiros que os seus próprios projetos. A vontade de Deus e não a sua deve prevalecer em sua vida. Ele é o oleiro, e você o barro. Não é o barro que manda no oleiro; é o oleiro que molda o barro. O oleiro tem o direito de fazer do barro o que lhe aprouver. O oleiro divino que molda você é o mesmo que espalhou as estrelas no firmamento e o mesmo que lançou os fundamentos da terra. O oleiro divino está empenhado em esculpir em você a beleza de Jesus. Seu projeto eterno é transformar você à imagem do Rei da glória. Ele lhe predestinou para você ser conforme à imagem do seu Filho. Deus jamais desistirá desse projeto. Seus planos não podem ser frustrados. Se preciso for, ele vai quebrar o vaso e fazê-lo de novo. Mas, jamais vai desistir de fazer de você, um vaso de honra.



Uma Fera Indomável

Rev. Hernandes Dias Lopes
“Porque todos tropeçamos em muitas coisas. Se alguém não tropeça no falar é perfeito varão, capaz de refrear também todo o corpo” (Tg 3.2).
Benjamim Franklin disse que a fera mais perigosa do mundo tem sua toca escondida atrás dos dentes. A língua é fogo. É mundo de iniquidade. Coloca em ruínas toda a carreira humana. Tem o poder de dirigir, pois é como o freio de um cavalo e como o leme de um navio. Se bem utilizada pode conduzir-nos em segurança, mas se usada com insensatez pode levar-nos à destruição. A língua tem o poder de destruir. É como fogo e como veneno letal. Um pequena chama incendeia uma floresta. Uma pequena dose de veneno tem um terrível poder letal. A língua tem o poder de deleitar. É como uma fonte e como uma árvore frutífera. Deve trazer refrigério para os cansados e alimentar os famintos.
Tiago faz três afirmações sobre a língua, que vamos aqui destacar:
Em primeiro lugar, a língua é destruidora (Tg 3.1-6). A língua é um pequeno órgão do corpo que pode destruir toda a carreira humana. Pode levar o homem ao inferno e ela mesma ser destruída nesse lugar de chamas eternas. Quantos relacionamentos estremecidos por causa da maledicência! Quantas guerras sangrentas foram provocadas por palavras insensatas! A língua é mundo de iniquidade. Está cheia de peçonha. É uma espada que fere, um fogo que destrói, um veneno que mata. Mais pessoas têm sido destruídas pelo poder da língua do que por qualquer outra arma. Acautele-se acerca de sua língua. Põe guarda na sua boca e vigie a porta de seus lábios, pois as palavras proferidas são como setas que uma vez lançadas não voltam mais. São como um saco de penas jogadas ao ar do alto de uma montanha. É impossível recolhê-las todas.
Em segundo lugar, a língua é indomável (Tg 3.7,8). O homem com a sua inteligência tem domado os animais do campo, as aves do céu e os peixes do mar. Porém, o homem não consegue domar sua própria língua. Em vez de usá-la com sabedoria, muitas vezes, usa-a para ferir pessoas. Em vez de abençoar o próximo, açoita-o com o látego das críticas mais desumanas. O apóstolo Paulo diz que devemos falar sempre a verdade. Só proferir o que é oportuno. E só falar aquilo que vai transmitir graça aos que ouvem. O pensador grego Platão dizia que devemos passar o que ouvimos por três peneiras: A primeira peneira: É verdade o que você está me dizendo> Você já falou para a pessoa envolvida> O fato de você me contar esse caso, vai ajudar em sua solução> Caso o depoente não pudesse passar seus comentários pelo crivo dessas três peneiras, Platão lhe dizia: “Eu não quero ouvir o que você tem para me falar”.
Em terceiro lugar, a língua é incoerente (Tg 3.9-12). Tiago diz que a língua é incoerente, pois da mesma língua sai louvores a Deus e críticas ferinas ao próximo, que foi criado à imagem de Deus. A mesma língua que canta louvores a Deus também fala blasfêmias contra Deus e lança maldição sobre o próximo. Tiago argumenta que, assim como uma fonte de água doce não produz água salobra, assim, também, da nossa língua não é conveniente que saia bênção e maldição. Assim como uma figueira não produz azeitonas nem videira figos, assim também da nossa boca não deveria sair palavras tão incoerentes. Assim como uma fonte de água salgada não pode dar água doce, assim, também, uma língua cheia de veneno não pode produzir o que produz vida. Oh, quão corrupto é o nosso coração! A língua é incoerente, porque ela revela o coração. A boca fala daquilo que está cheio o coração.
Só nos cabe rogar a Deus misericórdia e refrearmos nossa língua, pois, Tiago diz que se alguém supõe ser religioso, deixando de refrear a língua, antes, enganando o próprio coração, a sua religião é vã.

segunda-feira, 22 de agosto de 2016

A Perplexidade Humana e a Soberania Divina

Rev. Hernandes Dias Lopes

Referência: Habacuque 1.1-17
INTRODUÇÃO
O século XIX foi marcado pelo conflito entre a fé a ciência. No século XX, sobretudo, depois da segunda guerra mundial o conflito passou a ser não entre fé e ciência, mas entre fé e a história.
O livro de Habacuque revela essa terrível tensão do profeta de conciliar sua fé na soberania de Deus e a invasão imperialista da Babilônia invadindo o seu país e esmagando o seu povo com crueldade.
Judá estava vivendo em profunda apostasia. As reformas do tempo do rei Josias em 621 a.C. foram superficiais. O povo estava vivendo na idolatria, na frouxidão moral e violência insuportável. Deus então, disciplina o seu povo através da vara dos caldeus, um povo perverso, sanguinário e expansionista.
O profeta olha ao redor e vê os exércitos da Babilônia cercando sua terra. Ele olha para o povo e vê o pecado destruindo o povo. O profeta clama a Deus com perplexidade diante da aparente inação de Deus. O Senhor, então, mostra ao profeta que ele mesmo está trazendo os caldeus para serem a vara da sua ira contra o seu povo. O profeta coloca diante de Deus sua queixa e Deus vai mostrar para ele que ele é soberano e que nada escapa ao seu controle e ao propósito soberano.
I. OS CAMINHOS DE DEUS ÀS VEZES SÃO MISTERIOSOS
1. Sua inação – v. 2-4

• Muitas vezes parace que Deus está estranhamente silencioso e inativo em circunstâncias provocativas. Por que Deus permite que certas coisas aconteçam? Por que Deus permitiu duas sangrentas guerras mundiais com o sacrifícios de milhões de pessoas inocentes? Por que Deus permitiu o surgimento do regime comunista em 1917 que levou o maior número de mártires do Cristianismo da história? Por que Deus permite uma guerra sangrenta entre judeus e palestinos? Por que Deus permite as forças aliadas invadirem com tanta truculência o Iraque arrazando um país já combalido pelos embargos internacionais, a despeito da opinião pública mundial estar contra essa invasão?
• Por que Deus permitiu o surgimento do liberalismo teológico? Por que Deus permite a apostasia da igreja? A Secularização da igreja? A banalização do sagrado? Por que Deus não responde as nossas orações, trazendo logo um avivamento para a igreja?
• Por que Deus não faz cessar a guerra (v. 2)? Por que Deus permite a inversão de valores morais (v. 4)?

2. Suas providências inesperadas – v. 5-6

• Deus às vezes dá respostas inesperadas às nossas orações. Deus disse que ele mesmo estava trazendo os caldeus contra Judá. Isso deixou o profeta Habacuque perplexo. Por um longo tempo Deus parace não responder. Então, quando responde, o que diz é mais misterioso do seu que o seu silêncio. Deus diz para Habaque que estava respondendo a sua oração trazendo os caldeus para disciplinarem o seu povo.
• Às vezes nós mesmos prescrevemos a maneira como nossas orações devem ser respondidas. Mas Deus é soberano e livre. Deus às vezes deixa as coisas ficarem piores antes delas melhorarem. Jesus deixou Lázaro morrer antes de ir a Betânia. Jesus deixou seus discípulos no meio da tempestade até alta madrugada antes de ir socorrê-los.

3. Seus instrumentos incomuns – v. 6

• O terceiro aspecto surpreeendente dos caminhos de Deus é que ele às vezes usa instrumentos estranhos para corrigir a sua igreja e o seu povo. Não é Satanás, mas Deus quem suscita os caldeus para castigar Israel. Os caldeus são a vara da ira de Deus contra o seu povo rebelde. Quando o povo de Deus deixa de ouvir a voz de Deus, de atender os seus profetas, Deus levanta os ímpios para disciplinar o seu próprio povo. 
• Longe de ignorar a maldade opressora dos caldeus, Deus mesmo descreve os caldeus como uma nação terrível, violenta, opressora (v. 6-7).
• Se não nos voltarmos para Deus e nos arrependermos e não acertarmos nossa vida com Deus, o Senhor pode usar instrumentos estranhos para nos disciplinar.


II. OS CAMINHOS DE DEUS ÀS VEZES SÃO MAL INTERPRETADOS

1. Por pessoas religiosas descuidadas – v. 5

• A atitude do povo era: “Vejam o que esse profeta anda dizendo: que Deus vai usar os caldeus. Como se Deus pudesse fazer tal coisa! Não há perigo; não lhe dêem ouvidos. Os profetas são sempre alarmistas, e nos ameaçam com o mal. Que idéia é essa de que Deus há de suscitar um povo como os caldeus para castigar a Israel! Isso é impossível!”
• Foi assim também na época do Dilúvio. A geração de Noé não acreditou nas advertências de Noé. Eles consideravam sua pregação absurda. Eles zombaram dele. Deu-se o mesmo em Sodoma e Gomorra. As pessoas despreocupadas não poderiam crer que as suas cidades seriam destruídas. Jerusalém não creu quando Jesus alertou sobre o cerco de Tito Vespasiano em 70 d.C. e a cidade foi destruída. Hoje as pessoas não crêem na segunda vinda, não crêem na juízo final e por isso andam descuidadas!

2. Pelo Mundo – v. 11

• Os caldeus falharam completamente em compreender que eles eram apenas instrumentos nas mãos de Deus. Eles pensavam que o poder que possuíam era o seu próprio deus.
• As arrogantes potências mundiais que Deus tem usado para os seus próprios desígnios em várias épocas da história, sempre se orgulharam de suas realizações. Essas superpotências se acham onipotentes e adoram o seu próprio poder. O verdadeiro significado da história nunca lhes passsa pela cabeça.

III. OS CAMINHOS DE DEUS PRECISAM SER BIBLICAMENTE INTERPRETADOS
1. A história está sob controle divino – v. 6

• Deus controla não somente a Israel, mas também seus próprios inimigos, os caldeus. Toda nação da terra está sob a mão divina, porque não há poder neste mundo que, em última instância, não seja por Deus controlada. Não foi a força dos caldeus que lhes deu vitória. Foi Deus quem os suscitou. Deus é o Senhor da história. As nações para ele são como um pingo que cai de um balde, os povos como gafanhotos. Deus está acima de tudo. Ele está com as rédeas da história nas mãos.

2. A história segue um plano divino – v. 6

• O plano de Deus não pode ser frustrado. Israel não será destruído. O povo de Deus jamais será destruído. Os inimigos do povo de Deus podem ser usados por Deus para castigar o seu povo, mas eles sofreram a justa ira de Deus por não reconhecerem a mão de Deus sobre eles (2:5).

IV. OS CAMINHOS DE DEUS PRECISAM RESOLVER AS NOSSAS PERPLEXIDADES
1. O deus deste mundo é o poder passageiro, mas o nosso Deus é eterno – v. 11, 12

• O deus dos caldeus era o poder (v. 11). Esse poder era passageiro. O deus deles fora criado por eles mesmos. Mas o nosso Deus é eterno. Os problemas da história não podem abalá-lo nem destruído. É ele quem governa a história. A história não caminha para o caos, mas para um fim glorioso. O Deus a quem adoramos está fora do fluxo da história. Ele precedeu a história. Ele criou a história. Seu trono está acima do mundo e fora do tempo. Ele, o Deus eterno, reina na eternidade.


2. O deus deste mundo é criado, mas o nosso Deus é auto-existente – v. 12

• A palavra “Senhor” Jeová signifca EU SOU O QUE SOU. Deus diz: eu sou absoluto, auto-existente. Deus não depende, em nenhum sentido, de nada que acontece no mundo, mas existe em si mesmo.

3. O deus deste mundo mancomuna-se com o mal, mas o nosso Deus é santo – v. 13
• Deus é santo, é puro, é luz, é justo. Ele não comete injustiça. Seu trono é trono de justiça. Ele nã pode ver o mal sem odiá-lo. Todo o mal que existe no universo é totalmente repugnante para Deus por causa da sua pureza. Deus e o mal são oponentes irreconciliáveis. O mal será aniquilado. A truculência será destruída. Os ímpios serão sentenciados. O povo de Deus será resgatado (2:4). 

CONCLUSÃO


Quando as nossas perplexidades superam o nosso entendimento, precisamos entregar a nossa causa nas mãos de Deus – (1.12-17). O drama de Habacuque era ver o sofrimento do justo imposto pela truculência dos maus. O drama de Habaque era ver como Deus usava um instrumento tão perverso para disciplinar o seu povo (v. 12b). O drama de Habaque é ver o sofrimento do povo de Deus nas mãos dos ímpios. Habacuque não se queixa contra Deus, mas a Deus (v. 2-4).
Em vez de se escandalizar, entregar-se à revolta, à amargura e fugir de Deus, Habacuque corre para Deus e refugia-se nele e busca nele resposta às suas queixas, às suas perguntas?
Nesse capítulo 1 o apóstolo não recebe resposta alguma à sua queixa, à sua oração. Ele só vai encontrar uma reposta à sua queixa quando ele sobe à torre de vigia e Deus lhe mostra o propósito glorioso na vida do seu povo e o julgamento inexorável dos ímpios (2:4).